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Um pouco da minha maluquice, com um pouco disso aĆ­ mesmo.

segunda-feira, 25 de setembro de 2017



Ɖ triste admitir que terminou...

Finalizei essa obra agora e posso com toda garantia dizer que tenho MUITA coisa boa a falar sobre ela. Fazia tempo que eu nĆ£o lia algo que trata o sobrenatural de uma forma tĆ£o crua e cruel, tĆ£o grotescamente interessante assim. Ɖ bom ver que temos autores com colhƵes para escrever tais histĆ³rias.
Com uma escrita que me lembra as obras de grandes escritores como AndrĆ© Vianco, Alexandre (autor ou personagem?) nos entrega uma histĆ³ria de lobisomens que vai te causar: nojo, empatia, raiva, expectativa, ansiedade e... fome...




" A adrenalina disparada no momento do ataque ainda se encontra no sangue da mĆ£e-que-nĆ£o-serĆ” quando uma garra peluda abre-lhe o ventre a partir do esterno. Diferente da estĆ³ria clĆ”ssica, nĆ£o Ć© o lobo que Ć© eviscerado. O talho rompe diversas camadas de pele, gordura e mĆŗsculos atĆ© deixar exposta a bolsa amniĆ³tica e o feto que ainda se agarra Ć  vida. Sem hesitaĆ§Ć£o ou remorso, o licantropo arranca-o da carcaƧa abatida, mastigando o pequeno ser que rapidamente se transforma em pedaƧos sangrentos de carne, deixando rubro o focinho e os cantos da bocarra animalesca. A trituraĆ§Ć£o dos frĆ”geis ossos fetais faz com que o paladar do lobisomem se perca em intenso deleite ao sentir o sabor levemente untuoso do lĆ­quido gelatinoso da medula Ć³ssea."

Tem algumas coisas a mais tambĆ©m, mas essa Ć© uma histĆ³ria de bestas cruĆ©is que se deliciam ao subjugar suas vĆ­timas. NĆ£o espere lobisomens que brilham no Sol, nĆ£o nem de perto. As mortes aqui sĆ£o sangrentas (eu disse que era cruel, lembra?), e honestamente essa Ć© uma das melhores coisas do livro.


Dentro da espĆ©cie humana, os lupinos voltam especial atenĆ§Ć£o Ć s mulheres em estado final de gravidez. Embora consumam a integralidade do corpo humano, o lobisomem costuma comeƧar a devorar a vĆ­tima pelas entranhas. Geralmente, as vĆ­sceras sĆ£o ingeridas em primeiro lugar para atender o especial paladar da criatura. NĆ£o Ć© de se estranhar, portanto, a particular preferĆŖncia pelas grĆ”vidas. O ataque a uma fĆŖmea prenhe tem duas vantagens: de um lado, seu estado fĆ­sico dificulta a escapatĆ³ria e faz com que oponha menor resistĆŖncia, facilitando o ataque do animal; de outro lado, hĆ” o prĆŖmio a ser saboreado. Embora o lobisomem aprecie o sabor das tripas em geral, o feto, nos Ćŗltimos meses da gravidez, representa uma iguaria Ć­mpar, um misto delicioso de carne tenra e ossos macios – a versĆ£o baby beef na licantropia.
ISSO Ć© lindo!

A histĆ³ria nos apresenta Alexandre, um lobisomem recĆ©m transformado, que ganhou o brilho da lua em sua vida de surpresa, sem alguĆ©m para orientĆ”-lo, acompanhamos as descobertas desse novo mundo que se abre atravĆ©s de seus olhos. Alexandre Ć© um funcionĆ”rio pĆŗblico que encontra respostas em sua alcateia, um grupo de motoqueiros com um moto clube chamado Lobos do Asfalto.

Gostei dos mimos espalhados ao longo do livro, sejam as palavras que antecedem o capitulo, como uma cronologia no final, esta Ćŗltima cuidada atĆ© para nĆ£o dar spoiler, mesmo estando nas pĆ”ginas finais do livro. Realmente Ć© um carinho especial com o seu leitor.

Preciso tirar o chapĆ©u pela ideia das pequenas palavras que vĆ£o antecedendo cada capitulo, formando no final uma frase que se constrĆ³i junto do seu entendimento da trama. Tudo se encaixou tĆ£o certinho que acho que dava para ouvir o “click” que fez dentro da minha cabeƧa, ao cair a ficha e virar a pĆ”gina dos capĆ­tulos finais e ter a frase completa. Acho que quem leu entende a reaĆ§Ć£o que tive ao perceber que aquelas palavras soltas tinham um proposito rs.

O livro tambĆ©m Ć© cheio de referencias, algumas sĆ£o deveras criativas como nosso Gordo Lobisomem AnĆ£o Deive Dal Seannia, essa foi sensacional.

Pontos negativos:
- Fica meio em aberto como o protagonista se virou quando descobriu ser um lobisomem, Ć© contado como se tudo tivesse sido muito fĆ”cil, pelo menos essa foi a sensaĆ§Ć£o que eu tive. Eu sĆ³ consigo imaginar como no inĆ­cio deve ter sido algo perturbador para o humano perceber o que sua contraparte fazia, sem contar a “barreira” que Ć© quebrada por perceber que o sobrenatural virou natural.

- Senti que podia ter explorado um pouco mais a vida com a alcateia, afinal foram muitos anos ali, vivendo juntos, deve ter rolado bastante coisa. Claro que isso nĆ£o chega a ser um defeito em si, talvez seja sĆ³ a vontade de um leitor fĆ£ para ter mais material sobre a obra.

- Uma coisa me fez muita falta, ver pelos olhos de SolitĆ”rio, qual foi sua reaĆ§Ć£o ao perceber que no fim, ele realmente serĆ” SolitĆ”rio.

- E o pior defeito definitivamente Ć© este: Podia ter MAIS. O livro Ć© bom, muito bom, ele te convida a continuar com ele. NĆ£o Ć© difĆ­cil o leitor se pegar tendo lido mais pĆ”ginas do que pretendia. Obviamente Ć© uma brincadeira, pois isto nĆ£o Ć© um defeito, mas de fato deixou um gostinho de quero mais, fico no aguardo de mais viagens nesse mundo.

O final, apesar de previsĆ­vel nĆ£o Ć© ruim. A minha experiencia foi a de ter imaginado alguns finais, inclusive o que aconteceu, mas gostei de como ele foi construĆ­do.

Stephen king diz no prefacio de “Eu sou a lenda” a seguinte afirmaĆ§Ć£o “O melhor presente que um autor pode dar a seu leitor, Ć© deixa-lo querendo mais.”. Pois Ć©, Clecius fez isso.

Nota: 9/10
Crônicas da Lua Cheia - Clecius Alexandre Duran

#bookreview #cronicasdalucheia

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Finalmente finalizei essa obra.

Posso dizer que foi uma viagem bem interessante essa ao acompanhar o Monge em sua jornada levando duas relƭquias interessantƭssimas atƩ o reino da FranƧa.

Pontos altĆ­ssimos do livro sĆ£o sem dĆŗvidas as ilustraƧƵes lindas, uma capa linda e uma diagramaĆ§Ć£o de dar inveja a muito livro de editora grande por aĆ­. O livro Ć© todo cheio de 'mimos', como as espadas ao lado de cada pĆ”gina e capitulares especiais no inicio de cada capitulo.

Esse livro, preciso dizer que tem uma das caracterĆ­sticas que mais admiro em literatura: uma grande quantidade de capĆ­tulos. Essa estruturaĆ§Ć£o sempre me agrada e jĆ” ganha pontos comigo.

Os pontos de vista alternam ao longo do livro e isso Ć© feito de forma bem tranquila, nĆ£o se sente nenhum impacto com isso. As cenas de batalhas sĆ£o realmente interessantes. 

Curti muito fazer essa leitura ouvindo Cantos Gregorianos, isso elevou a experiencia a nƭveis inesperados, principalmente nos capƭtulos que se passam dentro do monastƩrio, eu realmente recomendo que faƧam isso.

Dois personagens me cativaram, o primeiro me ganhou logo na primeira parte ao cometer um pequeno ritual de tortura, jĆ” mostrando sua personalidade e ao que veio. Achei tal cena sadicamente bem escrita.

A segunda foi a bela rainha das Sequoias, nĆ£o sĆ³ pela linda ilustraĆ§Ć£o que jĆ” me ganhou de cara mas pela atitude que ela teve, onde realmente me pegou de surpresa.

A trama segue numa narrativa bem fluida e interessante, em vƔrios momentos eu nem percebi as paginas passarem.

Contudo nem tudo sĆ£o flores, e sendo justo tanto comigo (como leitor e cliente) quanto com qualquer pessoa que esteja lendo o que escrevo, listarei abaixo as coisas que nĆ£o me agradaram.

Pontos negativos:
Algumas coisas me incomodaram, mas nĆ£o de forma tĆ£o gritante, apenas uma estranheza como por exemplo: Alguns encontros aleatĆ³rios durante a viagem que nĆ£o fazem diferenƧa para a histĆ³ria, Todos falam a mesma lĆ­ngua, mesmo se utilizando de lugares reais como GrĆ©cia, FranƧa e etc, se comunicar nĆ£o Ć© um problema para ninguĆ©m.

Agora os pontos que mais me chamaram atenĆ§Ć£o negativamente foram:

- O protagonista Ʃ apresentado como um sexagenƔrio, um monge que jƔ vivou mais de 60 primaveras, porƩm sua personalidade mostra um homem de anseios de um jovem, muitas atitudes dele parecem a de um jovem inconsequente, isso me incomodou bastante.
- Durante o prĆ³prio livro Ć© dito que teria outro caminho a se seguir, o que facilitaria tudo, porĆ©m o grupo escolhe o caminho sem um porquĆŖ aparente, mesmo todos os personagens afirmando que o outro caminho seria melhor. Fiquei atĆ© preocupado se eu nĆ£o perdi tal explicaĆ§Ć£o ao longo do livro.
- O romance do livro me pareceu bastante forƧado e completamente desnecessĆ”rio, tanto que nĆ£o chegou nem a cativar. Infelizmente no momento que os dois se uniram eu jĆ” imaginei que isso aconteceria e infelizmente tive razĆ£o. Seria muito mais interessante manter a postura de um monge jĆ” ‘derrotado’ no alto dos seus 60 anos apenas se dedicando a sua missĆ£o.
- O final do livro definitivamente nĆ£o me agradou. As ultimas 100 pĆ”gs. perdem o ritmo que o autor vinha mantendo com maestria e se torna uma leitura arrastada, diluindo uma batalha que deveria ser o Ć”pice mas termina sem emoĆ§Ć£o e em poucas pĆ”ginas.

Gostaria de salientar que esse Ć© o primeiro livro do autor e pra um livro de estreia Ć© um livro muito bom. Em alguns momentos chegou a me lembrar a escrita de grandes mestres como Cornwell. Ɖ uma leitura fluida e agradĆ”vel, extremamente recomendĆ”vel. Vale a pena prestigiar autores nacionais, para incentivar a evoluĆ§Ć£o dos mesmos. Acredito que a pratica leva a perfeiĆ§Ć£o e jĆ” fico ansioso para o prĆ³ximo romance do autor, pois vejo grande potencial.

Monge Guerreiro - RĆ“mulo Felippe
Nota: 8/10


sexta-feira, 8 de setembro de 2017




Esse foi um livro que desde quando comecei a procurar sobre ele me incomodou, pois eu nĆ£o conseguia descobrir sobre o que ele era. Seria Suspense? Romance? Thriller? HistĆ³rico? Eu procurava uma definiĆ§Ć£o direta e nĆ£o encontrava...

Agora que terminei de ler, eu entendo o porquĆŖ...

A capa do livro jĆ” te entrega verdade quando diz que a escrita do ZafĆ³n Ć© um show Ć  parte. Ele realmente sabe o que faz.
Sendo bem injusto, classificando apenas em uma categoria sĆ³, trata-se de um suspense que vai crescendo e te puxando junto com ele de forma onde vocĆŖ se pega querendo saber o que vai acontecer. PorĆ©m, Ć© todas as caracterĆ­sticas tambĆ©m. ZafĆ³n te leva pra conhecer uma Barcelona dos anos 40 que vocĆŖ realmente se sente lĆ”.

Os personagens sĆ£o fodas! Todos eles te causam exatamente o que foi planejado, vocĆŖ torce pela galera do bem, fica com pĆ© atrĆ”s com alguns, odeia os caras fdp e ama o FermĆ­n, pq sinceramente, se vocĆŖ nĆ£o gostar do senhor FermĆ­n Romero de Torres boa pessoa vocĆŖ nĆ£o Ć©. VĆ” pra terapia!

Mais do que acompanhar o Protagonista Daniel Sempere, Ʃ sensacional acompanhar JuliƔn Carax e toda sua vida. E o que foi o manuscrito da Nuria? Meu cƩrebro deu uma derretida naquelas pƔginas finais.

Confesso tambĆ©m ter tido uma leve ardĆŖncia ocular ao ler o Ćŗltimo trecho do livro, na Ćŗltima pagina.

Nas palavras do prĆ³prio ZafĆ³n em sua coluna:
“Yo no sĆ© usted, amigo mĆ­o, pero yo estoy muy contento. Ha valido la pena.”

A Sombra do Vento – Carlos Ruiz ZafĆ³n

Nota: 10/10
#bookreview #Zafon #asombradovento




Acho que sem dĆŗvida a parte mais marcante desse livro pra mim Ć© a escrita do Cornwell, e digo isso de forma bem leve e descontraĆ­da mesmo. Que ele escreve cenas de batalhas excelentes nĆ£o Ć© segredo pra ninguĆ©m, mas transformar uma histĆ³ria que a princĆ­pio nĆ£o tinha nada de excitante em algo maior, que te convida as prĆ³ximas pĆ”ginas, Ć© de fato um trabalho diferenciado.

O livro trata sobre a famosa batalha de Azincourt, onde um minĆŗsculo exĆ©rcito inglĆŖs vence o exĆ©rcito francĆŖs graƧas as tĆ©cnicas de seus arqueiros, mas nĆ£o sĆ³ isso, a tal batalha sĆ³ Ć© retratada no final do livro e tem de fato seu Ć”pice.

Cornwell nos apresenta seu protagonista o arqueiro Nicholas Hook e vai nos conduzindo por uma Inglaterra medieval, nos ensinando as proezas de manusear um arco longo e como Ʃ sofrido para aprender a usƔ-lo bem. Para quem gosta das cenas de batalha de Cornwell o livro Ʃ cheio delas, pois mostram vƔrias em que Nick estƔ envolvido atƩ chegar a Azincourt.

Acompanhar Nick e sua vida no exĆ©rcito, Ć© de certa forma inquietante, pois temos a sensaĆ§Ć£o de como as coisas funcionavam naquela Ć©poca. Vemos Padres estupradores e corruptos, nobres sujos e podres e soldados tĆ£o perdidos que morrem antes mesmo de entender o que aconteceu.

Os capĆ­tulos que envolvem o cerco a Harfleur sĆ£o sensacionais, neles tem tudo que Cornwell domina, e ainda conseguimos ver a teimosia de um Rei fanĆ”tico que acreditava ter Deus de seu lado, lutando contra outro Rei fanĆ”tico que acreditava na mesma coisa, incrĆ­vel nĆ£o?

ApĆ³s o cerco o exĆ©rcito tenta retornar a Inglaterra e se depara com a famosa batalha de Azincourt. E QUE batalha! SĆ£o os capĆ­tulos finais do livro, mas sĆ£o sensacionais. Nobres covardes, se rendendo sem o menor pudor, pois sabiam que nada de mal lhes aconteceriam, usando de seus vassalos a torto e a direito, como se suas vidas nada valessem.

Ɖ um livraƧo... Romances histĆ³ricos nem sempre conseguem sustentar uma narrativa atrativa pra quem nĆ£o Ć© fĆ£ do gĆŖnero, mas Cornwell consegue, com maestria, apresentar fatos histĆ³ricos (que ele aponta e enumera no apĆŖndice, indicando tudo que ajustou e como foi realmente) e ainda criar um arco que seja atrativo e convidativo atĆ© sua Ćŗltima pĆ”gina.

Azincourt – Bernard Cornwell
Nota: 9/10


sexta-feira, 1 de setembro de 2017




Segue abaixo a cronologia e posses.


Aventuras de Sharpe - Cornwell Volume Tenho
O Tigre de Sharpe 1 x x
O Triunfo de Sharpe 2 x x
A Fortaleza de Sharpe 3 x x
Sharpe em Trafalgar 4 x x
A Presa de Sharpe 5 x x
Os Fuzileiros de Sharpe 6 x x
A DevastaĆ§Ć£o de Sharpe 7 x x
A Ɓguia de Sharpe 8 x x
O Ouro de Sharpe 9 x x
A Fuga de Sharpe 10 x x
A FĆŗria de Sharpe 11 x x
 A Batalha de Sharpe 12 x x
A Companhia de Sharpe 13 x x