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Um pouco da minha maluquice, com um pouco disso aĆ­ mesmo.

segunda-feira, 17 de setembro de 2018


Livro bonito, bem feito, ilustrado, colorido e ainda baratinho. Nem parece coisa da Martin Claret.

O livro traz uma seleĆ§Ć£o de 8 contos de fadas Celtas.

Leitura rĆ”pida e agradĆ”vel com lindas artes internas. Fiquei realmente surpreso com essa ediĆ§Ć£o, tudo muito caprichado.

Apesar de o tĆ­tulo e a sinopse dizerem que sĆ£o histĆ³rias de princesas, nem todos os contos giram em torno delas, alguns elas mal aparecem.

Meus contos preferidos foram os abaixo, mas nĆ£o achei nenhum ruim:
CabeƧa-Pequena e os filhos do rei,
Guleesh,
O pastor de Myddvai,
Connla e a donzela encantada,

Como um bom conto de fadas, temos de tudo aqui. NĆ£o sĆ£o versƵes infantilizadas da Disney, mas sĆ£o bem fantasiosas. Temos bigamia, assassinatos, mortes, invejas e tudo mais.

Gostei mais do que imaginei que iria. Os contos originais passam aquela sensaĆ§Ć£o de infĆ¢ncia ao mesmo tempo em que vocĆŖ estĆ” lendo sobre algo bem adulto (e errado, nos dias de hoje). Ɖ uma sensaĆ§Ć£o bem interessante, recomendo que todos experimentem.

Princesas e Damas Encantadas: Contos de Fadas Celtas - Joseph Jacobs
Nota: 9/10

sexta-feira, 14 de setembro de 2018


Vi em algum lugar dizer que o livro Ć© um YA, talvez por isso ele seja assim.

Ele Ć© Ć”gil, o protagonista Ć© um ‘herĆ³i’ e a histĆ³ria nĆ£o perde tempo. AtĆ© que faz sentido se pensar na juventude de hoje.
Ressalto que atĆ© acho ela bem madura em relaĆ§Ć£o a seus temas para os que normalmente sĆ£o tratados em obras YA.

Acho tambĆ©m que o fato de ser declaradamente uma YA justifica o fato das personalidades dos personagens se alterarem com tanta frequĆŖncia e de todo mundo ser impulsivo demais. Isso cria identificaĆ§Ć£o com o adolescente. O mundo dele Ć© basicamente isso. JĆ” foi o meu e jĆ” foi o seu tambĆ©m.

A histĆ³ria gira em torno de um jovem prĆ­ncipe que iria se tornar tipo um padre, faltava pouco para ser aceito na seita e da noite para o dia descobre que Ć© o novo rei. Ele que jamais esperou por isso jĆ” que nĆ£o estava na linha de sucessĆ£o, Ć© pego de surpresa e rapidamente Ć© levado a assumir seu trono.
Uma traiĆ§Ć£o ocorre e ele quase Ć© morto. Agora, querendo se vingar, vai fazer de tudo para que paguem.

O plot parte daƭ e vai girar em torno dessa vinganƧa. AtƩ aƭ nada muito novo, certo?

Mais ou menos. Apesar da premissa jĆ” conhecida, o autor consegue inserir diversos plot twists sem perder a mĆ£o. Mesmo nĆ£o sendo nada derretedor de mentes ainda Ć© uma alternada inesperada no caminho o que dĆ” bastante agilidade a narrativa.

Alias, esse livro nĆ£o conhece freio. Ɖ quase que um livro-filme de aĆ§Ć£o.

O autor nĆ£o perde tempo desenvolvendo seus personagens, talvez o que disse mais acima justifique isso, talvez nĆ£o. Nem o protagonista achei bem trabalhado, muitas vezes ele Ć© sĆ³ chato, como um bom adolescente que se preze.

Algumas coisas achei Deus Ex Machina demais tambĆ©m, tudo bem que Ć© fantasia e tudo mais, mas ainda assim algumas vezes parecia um conto de fadas mais que uma fantasia. (tem diferenƧa? Fica aĆ­ a reflexĆ£o pra vc pq pra mim nĆ£o interessa)

Resumindo: Ć© um livro interessante, principalmente se vc ler sem se preocupar muito, algo leve e rĆ”pido sĆ³ pra distrair. Ɖ importante tambĆ©m saber que vocĆŖ talvez nĆ£o seja o publico alvo. No mais, se vocĆŖ gostar de historias rĆ”pidas e frenĆ©ticas, quase um roteiro de Transformers, acho que vocĆŖ tem tudo pra apreciar. O livro Ć© bom e divertido. Tem diversas frases de efeito e um mundo com uma guerra prestes a acontecer.

Divirta-se.

Meio Rei - Joe Abercrombie
Nota: 8/10

terƧa-feira, 4 de setembro de 2018



Bem, vou escrever minhas impressƵes da trilogia toda por motivos de preguiƧa mesmo.

A trilogia de Cornwell sobre Artur Ć© talvez a mais prĆ³xima do que teria sido a vida naquele perĆ­odo histĆ³rico. EsqueƧa magias, espadas na pedra, tĆ”vola redonda e todo o resto. Aqui Ć© um romance histĆ³rico, com muita intriga, jogo polĆ­tico, sangue, crueldade, paganismo e o Ć”cido humor britĆ¢nico.

De forma bem direta, os 3 livros mostram muito bem a curva de ascensĆ£o e decadĆŖncia de Artur, no que seria um belo semiciclo de uma senoide.

O Rei do Inverno – Sua ascensĆ£o tanto em importĆ¢ncia quanto em presenƧa na histĆ³ria.
O Inimigo de Deus – Onde ele finca o pĆ© e vemos mais dele, tanto seu lado chato quanto bom e tambĆ©m as armadilhas que o destino, que Ć© sempre inexorĆ”vel, pƵe em seu caminho.
Excalibur – A decadĆŖncia tanto da pessoa quanto da histĆ³ria, que ruma para seu fim.

Preciso admitir que Cornwell Ć© o tipo de leitura em que vocĆŖ precisa estar na ‘vibe’ dela, pois ela nĆ£o se preocupa em fazer o contrĆ”rio. HĆ” um tempo atrĆ”s, eu abandonei a leitura por esse motivo.

O inicio de O rei do inverno Ć© bem lento e pouco coisa acontece. As pessoas que vocĆŖ quer ver nĆ£o aparecem e ainda Ć© muito cedo para a intriga funcionar. Esse fato me fez largar. Tempos depois, peguei para reler e rapidamente entrei na mesma frequĆŖncia, de lĆ” pra cĆ” eu nĆ£o consegui largar a histĆ³ria atĆ© o seu fim.


No livro 1, comeƧamos a conhecer personagens sensacionais e vemos como nas escolhas podem desgraƧar todo um reino. A principio Ć© bem estranho ver personagens jĆ” tĆ£o clĆ”ssicos na nossa cultura fantĆ”stica serem retratados de forma tĆ£o diferente, mas Cornwell sabe o que faz e todos eles seguem reais e prĆ³prios. O que gosto nas histĆ³rias dele Ć© de que os personagens sĆ£o fieis as suas personalidades, eles nĆ£o mudam pela vontade do roteiro, mas seguem aquela linha definida e sĆ£o todos muito bem descritos.

No livro 2, vemos esses personagens jĆ” mais maduros e endurecidos (mas nĆ£o velhos) e Ć© onde a histĆ³ria ganha seu Ć”pice. O ritmo que vinha crescendo da metade do primeiro livro pega ainda mais embalo e temos o melhor e mais frenĆ©tico livro da saga. As batalhas que jĆ” eram sensacionais ficam melhores, as intrigas mais perigosas, os romances mais arrebatadores e as merdas... ah... essas ficam ainda mais fedidas. Sangue e desgraƧa parece que espreita cada capĆ­tulo.

No livro 3, a histĆ³ria ruma para o fim mas infelizmente pega uma ladeira e vai meio que sem freio. O livro nĆ£o Ć© ruim, longe disso, mas o ritmo se perde completamente. Temos montes de pĆ”ginas de histĆ³ria que nĆ£o avanƧam em nada, temos batalhas demais o que deixa atĆ© cansativo de certa forma, tendo em vista os Ćŗltimos 2 livros e atĆ© as intrigas se perdem.
No ultimo terƧo, o livro atĆ© se embala com a revelaĆ§Ć£o de um mistĆ©rio e um leve plottwist, mas nas pĆ”ginas finais ele decepciona.


O final nĆ£o Ć© ruim, mas as pĆ”ginas finais sim. Entendem? Uma pena, pois depois de um livro tĆ£o bom quanto o 2, o encerramento deixa a desejar.

Recomendo demais a leitura, foi uma das melhores coisas que li nos Ćŗltimos tempos, nĆ£o Ć” toa Ć© tĆ£o recomendado por tantas pessoas.
Prepare o estomago para as batalhas, prepare a mente para entender melhor como era uma vida medieval e prepare sua fĆ© para ter as bases do cristianismo balanƧadas. NĆ£o conheƧo ninguĆ©m que se arrependeu de ler essa sĆ©rie, tenho certeza que nĆ£o conhecerei tambĆ©m.

Notas:
O Rei do Inverno – 9/10
O Inimigo de Deus – 10/10
Excalibur – 8/10