
Acho que sem dúvida a parte mais marcante desse livro pra
mim é a escrita do Cornwell, e digo isso de forma bem leve e descontraída mesmo.
Que ele escreve cenas de batalhas excelentes não é segredo pra ninguém, mas
transformar uma história que a princípio não tinha nada de excitante em algo
maior, que te convida as próximas páginas, é de fato um trabalho diferenciado.
O livro trata sobre a famosa batalha de Azincourt, onde um minúsculo
exército inglês vence o exército francês graças as técnicas de seus arqueiros,
mas não só isso, a tal batalha só é retratada no final do livro e tem de fato
seu ápice.
Cornwell nos apresenta seu protagonista o arqueiro Nicholas
Hook e vai nos conduzindo por uma Inglaterra medieval, nos ensinando as proezas
de manusear um arco longo e como é sofrido para aprender a usá-lo bem. Para
quem gosta das cenas de batalha de Cornwell o livro é cheio delas, pois mostram
várias em que Nick está envolvido até chegar a Azincourt.
Acompanhar Nick e sua vida no exército, é de certa forma
inquietante, pois temos a sensação de como as coisas funcionavam naquela época.
Vemos Padres estupradores e corruptos, nobres sujos e podres e soldados tão
perdidos que morrem antes mesmo de entender o que aconteceu.
Os capítulos que envolvem o cerco a Harfleur são
sensacionais, neles tem tudo que Cornwell domina, e ainda conseguimos ver a
teimosia de um Rei fanático que acreditava ter Deus de seu lado, lutando contra
outro Rei fanático que acreditava na mesma coisa, incrível não?
Após o cerco o exército tenta retornar a Inglaterra e se
depara com a famosa batalha de Azincourt. E QUE batalha! São os capítulos finais
do livro, mas são sensacionais. Nobres covardes, se rendendo sem o menor pudor,
pois sabiam que nada de mal lhes aconteceriam, usando de seus vassalos a torto
e a direito, como se suas vidas nada valessem.
É um livraço... Romances históricos nem sempre conseguem
sustentar uma narrativa atrativa pra quem não é fã do gênero, mas Cornwell
consegue, com maestria, apresentar fatos históricos (que ele aponta e enumera
no apêndice, indicando tudo que ajustou e como foi realmente) e ainda criar um
arco que seja atrativo e convidativo até sua última página.
Azincourt –
Bernard Cornwell
Nota: 9/10
Nota: 9/10
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