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Um pouco da minha maluquice, com um pouco disso aí mesmo.

sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Resenha Azincourt – Bernard Cornwell





Acho que sem dúvida a parte mais marcante desse livro pra mim é a escrita do Cornwell, e digo isso de forma bem leve e descontraída mesmo. Que ele escreve cenas de batalhas excelentes não é segredo pra ninguém, mas transformar uma história que a princípio não tinha nada de excitante em algo maior, que te convida as próximas páginas, é de fato um trabalho diferenciado.

O livro trata sobre a famosa batalha de Azincourt, onde um minúsculo exército inglês vence o exército francês graças as técnicas de seus arqueiros, mas não só isso, a tal batalha só é retratada no final do livro e tem de fato seu ápice.

Cornwell nos apresenta seu protagonista o arqueiro Nicholas Hook e vai nos conduzindo por uma Inglaterra medieval, nos ensinando as proezas de manusear um arco longo e como é sofrido para aprender a usá-lo bem. Para quem gosta das cenas de batalha de Cornwell o livro é cheio delas, pois mostram várias em que Nick está envolvido até chegar a Azincourt.

Acompanhar Nick e sua vida no exército, é de certa forma inquietante, pois temos a sensação de como as coisas funcionavam naquela época. Vemos Padres estupradores e corruptos, nobres sujos e podres e soldados tão perdidos que morrem antes mesmo de entender o que aconteceu.

Os capítulos que envolvem o cerco a Harfleur são sensacionais, neles tem tudo que Cornwell domina, e ainda conseguimos ver a teimosia de um Rei fanático que acreditava ter Deus de seu lado, lutando contra outro Rei fanático que acreditava na mesma coisa, incrível não?

Após o cerco o exército tenta retornar a Inglaterra e se depara com a famosa batalha de Azincourt. E QUE batalha! São os capítulos finais do livro, mas são sensacionais. Nobres covardes, se rendendo sem o menor pudor, pois sabiam que nada de mal lhes aconteceriam, usando de seus vassalos a torto e a direito, como se suas vidas nada valessem.

É um livraço... Romances históricos nem sempre conseguem sustentar uma narrativa atrativa pra quem não é fã do gênero, mas Cornwell consegue, com maestria, apresentar fatos históricos (que ele aponta e enumera no apêndice, indicando tudo que ajustou e como foi realmente) e ainda criar um arco que seja atrativo e convidativo até sua última página.

Azincourt – Bernard Cornwell
Nota: 9/10


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