Sinopse Oficial:
O ano é 401 a.C..
Ciro, o Jovem, contrata um exército de mercenários gregos para punir um sátrapa
rebelde, mas secretamente deseja derrubar do trono do Império Persa seu irmão
Ataxerxes. Entre os soldados gregos um jovem espartano tenta provar seu valor em
meio a combates sangrentos, em seu interior outra luta se desenrola entre o
amor de duas mulheres. Amor, honra, lealdade, coragem, podem tais valores
sobreviverem à uma guerra? Ficção e fatos históricos se mesclam para criar uma
obra única.
Encerrando
com a última leitura concluída do ano e a última resenha também.
Depois
da surpresa da última leitura resolvi dar uma chance a outra obra nacional, que
me foi recomendada e falo um pouco dele mais abaixo. Conclui sua leitura em três
dias e me pegava esperando ter oportunidade para ler mais um pouco. De fato a
história me cativou.
O
livro conta a história de Perseu, um Espartano que entra no exército para uma
missão mercenária a serviço de Ciro.
A
obra trabalha bem a formação dos soldados, mostrando de forma muito
interessante como eram os campos de concentração Espartanos e como os homens
eram entregues ainda crianças em poder do Estado e onde sua única função era se
tornar um soldado. Todo o sofrimento e crueldade que as crianças passam para se
tornarem soldados corajosos no futuro são muito bem mostrados.
As
cenas de batalha são interessantes. É óbvio que por ser um amante de Cornwell,
é quase impossível não comparar. Sendo sincero a qualidade não se compara, mas são
interessantes. Contam também com um problema que falo mais abaixo.
Os
personagens também são bem desenvolvidos e cativantes. É fácil se pegar torcendo
por Perseu ou seus irmãos de guerra.
As
notas de rodapé são excelentes e muito explicativas, elas complementam a
leitura para aqueles que tem poucos conhecimentos dos deuses e da religião da
antiga Grécia.
O
livro acompanha Perseu da infância até a luta na Pérsia contra Ataxerxes, o rei
Persa. Não, não é spoiler pois se trata de uma obra que acompanha a história
rs.
Porém,
nem tudo são flores e deixo aqui os pontos negativos que achei.
Infelizmente
o maior defeito do livro é que ele é excessivamente repetitivo em diversos
pontos. Seja nas descrições, diálogos, adjetivos ou até nas cenas. por exemplo:
Até certo ponto o livro segue muito bem, porém ao iniciar a marcha para a
guerra segue sempre a mesma coisa. Anda-se um pouquinho e luta, anda mais um
pouquinho e luta. Alguns capítulos não têm absolutamente nada de relevante, é
apenas um ‘anda um pouquinho e luta’. Isso deixa o livro longo e cansativo de
forma desnecessária, principalmente porque depois de tantas as lutas acabam
parecendo sempre ser a mesma coisa.
Achei
que faltou uma história melhor definida também, o final é muito simples e
corrido, não passa aquela sensação de obra encerrando, sabe? Sei que tem mais
livros depois, mas ainda assim podia ter sido feito de uma forma melhor
trabalhada.
A
linguagem por vezes parece estar em desacordo com a época. Não sou nenhum especialista,
mas algumas vezes me senti desconectado do mundo devido a forma de alguns
personagens falarem.
Um
outro ponto, que não chega bem a ser um defeito, mas é desnecessário, é a
quantidade de cenas de sexo. Voltando ao primeiro ponto, elas são bem
repetitivas, principalmente as descrições de Perseu sobre Artemísia. Não vejo
problemas com cenas de sexo, mas o livro é cheio delas e elas não acrescentam
nada na história e nem são cenas bem escritas. São simplórias e, pasmem,
repetitivas. Várias poderiam ter sido cortadas e algumas melhor trabalhadas.
Resumindo,
acho que falta um trabalho editorial. Isso é comum em obras independentes. As
vezes um olhar fresco e desapegado emocionalmente da história pode fazer
maravilhas por ela. Certeza que um editor mudaria algumas coisas e cortaria
outras para dar mais dinamismo no livro. A repetição incomoda, e muito, depois
de certo tempo. Estou agora na metade do
livro II e os pontos negativos aqui extrapolam deixando uma leitura repetitiva
e extremamente cansativa, sem acontecimentos. Apesar de estar na metade, a
história continua na fórmula ‘anda e luta um pouquinho’. A vontade de abandonar
a leitura é bem grande. Talvez parta para outra trilogia, que conta a história
de Artemísia para ver se esses pontos são reduzidos.
É
uma obra excelente. Um ótimo trabalho histórico que mescla bem pitadas de um
romance com um pano de fundo histórico. Acho que os fãs de Esparta vão adorar
ver como era a vida naquele tempo.
Aproveite
o primeiro volume pois aparentemente o segundo não começa bem.
A RETIRADA DOS DEZ MIL: LIVRO I - M.C. BIJALON
Nota:
9/10
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