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Um pouco da minha maluquice, com um pouco disso aĆ­ mesmo.

domingo, 31 de dezembro de 2017



Última resenha do ano, merecia ser a do Mestre King.

Apesar de muito fã do trabalho do King, isso não me impede de criticar algumas coisas que me incomodam nas coisas que ele produz, e esse livro é bem isso.

O livro conta a história da viúva Lisey, que mesmo tendo passado 2 anos ainda sofre com a perda do marido. Com um inicio lento mostrando o dia a dia de uma viúva com problemas na família e alternando entre presente e passado para nos apresentar Scott seu marido, o autor vai desenvolvendo a história.

Esse é um livro sobre perdas, seja de uma vida que jamais serÔ a mesma ou de superar (ou pelo menos, abafar) aquele vazio inevitÔvel que fica pela ausência de quem amamos muito um dia. O livro trata bem a relação com a morte e com o vazio que fica quando perdemos alguém muito importante para nós, mas King ainda mistura toques de fantasia com horror, dando um tempero inesperado para a história.


O livro Ć© absurdamente lento, sendo atĆ© chato grande parte das vezes. AtĆ© a metade a história nĆ£o engrena simplesmente por nĆ£o ser interessante, mas aĆ­ caro amigo, o tio King vira a chave do ‘estilo king de leitura’ e as coisas comeƧam a mudar.

Esse é um livro denso. Eu fortemente não recomendo começar por ele se você não conhece o trabalho do King a um bom tempo, é capaz de abandonar esse aqui, acredite, pois, eu mesmo quase abandonei.

Esse foi um dos raros livros do King que me gerou aquele ‘desconforto’ (para nĆ£o chamar de medo rs). Apesar da história simples, as cenas de Scott com seu pai e irmĆ£o sĆ£o para quem tem estomago, ou gosta desse tipo de coisa. King nĆ£o economizou nessas partes nĆ£o.

O livro Ć© grande demais. Poderia ser enxugado em uns 20% no mĆ­nimo.

Uma característica dos livros do King é a excelente evolução de seus personagens, aqui isso é marca forte. Mesmo não tendo sido a melhor leitura dele, no final rola aquele vazio depois de conhecer tão bem os personagens... eles são quase reais. Poderia ser um parente, uma vizinha, uma amiga, ou até você no futuro.


A sensação final desse livro é de que mais do que morte, ele fala sobre vida. A vida que fica quando alguém se vai e ao terminar o livro você até entende o porque do livro ser tão lento inicialmente, justamente porque a vida é assim e superar nunca é fÔcil.

Como diz um sĆ”bio: “Do not pity the dead. Pity the living.”

Love - Stephen King
Nota: 7/10



A maior sensação que ficou foi a de assistir a um filme trash, tipo B americano, que vocĆŖ sabe que vai ser ruim, mas assiste atĆ© o final só para ver onde vai dar? Ɖ assim, só que um pouco pior.

O livro conta a história de um adolescente, vítima de bullying que começa a ter problemas de esquizofrenia e um demÓnio se aproxima dele prometendo fornecer a ele as armas pra se vingar de todo mundo que lhe fez mal. As coisas começam a acontecer até que chamam atenção de um policial, que coincidentemente é um caçador secreto de demÓnios.

Com isso a história se desenvolve num plot fraco e cheio de clichês. Não espere nada surpreendente e nem cenas grotescas, aqui o demÓnio é boa gente.

Dizer que eu esperava mais é pouco. Depois de umas 50 pÔginas eu só queria terminar pra ver onde aquilo ia parar.

Acho que essa história funcionĆ”ria melhor como um conto…. Focando somente no protagonista e sem muita enrolação.
Infelizmente a história é cheia de clichês e mal construída e ruma uma ladeira abaixo sem freios.


Pontos Negativos:
  • Personagens absurdamente rasos e mal construĆ­dos. Durante quase todo o livro nĆ£o dĆ” para ver a função deles na história, mas no final eles atĆ© tem seus motivos (alguns pelo menos), porĆ©m ninguĆ©m Ć© bem desenvolvido aqui.
  • Protagonista fraco e sem "vida", como nĆ£o foi bem desenvolvido, vocĆŖ nĆ£o consegue se apegar nem as coisas que ele sofre, apesar da crĆ­tica que o autor tenta fazer atravĆ©s dele.
  • MudanƧas de ponto de vista do nada... de um parĆ”grafo para o outro sem nenhuma indicação. Isso Ć© pĆ©ssimo.
  • O livro ora aprece ser narrado em 1 pessoa ora em 3... sim Ć© bem confuso.
  • Diagramação malfeita texto muito perto do miolo e longe da borda.
  • Muitos erros de portuguĆŖs e/ou digitação. Vale a pena ser feita uma bela revisĆ£o.
  • A menina que nĆ£o sabe falar portuguĆŖs fica fluente de uma hora para outra.
  • ClichĆŖs…clichĆŖs e mais clichĆŖs…. Falta aquela sensação de ser surpreendido…. Ser algo original, sabe?
  • Um Van-hellsing tupiniquim sabichĆ£o que tem uma sociedade secreta de caƧar demĆ“nios, mas que sai falando pra todo mundo que Ć© cheio demĆ“nio no mundo, e ainda conta com um exĆ©rcito armado com o poder do roteiro. Na verdade, todos eles aqui tĆŖm o poder do roteiro.
  • Acho que o pior foi o “DemĆ“nio” boa praƧa que quer ajudar os sofredores de bullying. A motivação do demĆ“nio Ć© se alimentar de ódio e o que ele faz? Ajuda o mocinho…. Porra esse demĆ“nio precisa ter umas aulas de obsessĆ£o, qualquer obsessor de respeito PRODUZ mais ódio na sua vĆ­tima. Seria muito mais eficaz, ele podia fazer o mundo odiar o protagonista e se alimentar do ódio que o protagonista iria sentir das pessoas por ser cada vez mais rejeitado, mas nĆ£o…. O demoninho boa gente quer fazer o bem, ele ajuda…. Ɖ quase uma mamĆ£e. Essa parte Ć© tĆ£o mal pensada que a justificativa nĆ£o se mantĆ©m, uma vez que tinham outros personagens com muito mais motivo pra ter ódio do mundo do que o próprio protagonista. Tem hora que o demĆ“nio tem atĆ© CRISE DE CONSCIÊNCIA… SIMMMM... Ć© isso mesmo...

Ɖ sempre triste e chato criticar o trabalho dos outros, principalmente pq normalmente tem um envolvimento emocional na coisa…. quando me pedem para ler algo pra dar minha opiniĆ£o eu tento ser mais delicado, mas quando sou cliente eu quero ser bem atendido.
Nesse caso, como cliente, eu estou absurdamente arrependido, porĆ©m como pessoa eu diria ao autor pra continuar produzindo pois provavelmente ele tem futuro, mas sugiro antes de tornar o sonho em algo fĆ­sico que tente trabalhar melhor a obra antes…. Busque leitores de estilos diferentes, nĆ£o confie só em amigos, absorva as crĆ­ticas e principalmente, acredite que vocĆŖ pode ter produzido algo que nĆ£o ficou bom. NĆ£o precisa desistir, mas Ć© importante ir galgando passos, todo grande autor comeƧou por algum lugar.

Se esse livro tivesse passado por uma editoração bacana, sem dĆŗvidas o editor apontaria muitas coisas a serem mudadas ou aconselharia a transformar em algo menor…. Os erros de portuguĆŖs tambĆ©m mereciam uma boa revisĆ£o. A linguagem as vezes coloquial demais e a falta de descriƧƵes prejudicam um pouco a leitura.

E numa boa, um livro de terror trazer essa historinha de combater ódio com amor Ć© algo complicado… Contos de fadas de demĆ“nios agora?

E apesar de não ser surpresa, o final é corrido e piegas, bem filme B mesmo.

Pontos Positivos:
  • Capa dura, arte da capa muito bonita, acabamento e preƧo justo.
  • O autor foi bastante atencioso e me enviou o livro no mesmo dia e tal. (apesar de nĆ£o ter perguntado se eu queria autografo e mandado sem... bola fora)
  • Algumas cenas de mortes. SĆ£o geralmente curtas, coisa de 2 linhas, mas algumas foram interessantes.

Se vocĆŖ procura uma leitura rĆ”pida, sobre possessĆ£o, mas sem esperar muito, só para se distrair e rir um pouco (de raiva), de uma chance a esse livro…. Talvez vc aprecie mais do que eu.



Acho que ninguém sente prazer em criticar algo, principalmente alguém na posição de cliente, assim como eu, que gastou dinheiro. Eu queria muito gostar, tanto que paguei pelo livro.


Bom, Ć© isso…. Uma pena a Ćŗltima leitura do ano nĆ£o ter sido tĆ£o prazerosa, mas ano que vem tem mais.

Boas festas a todos!



InsaciƔvel - Eduardo Scavuzzo

Nota: 4/10



terƧa-feira, 26 de dezembro de 2017



Falar de um clÔssico é sempre complicado pois geralmente é um livro em que (quase) todo mundo jÔ leu. Tendo isso em mente serei bem sucinto (talvez mais do que o normal, ou não).
Gostei? Sim, até que curti sim. Não é nenhuma obra prima, mas é divertido, dificilmente livros policiais tem todo o meu amor, mas é um livro divertido, pequeno, curto e simples, sem muitas enrolações.

Confesso que peguei para ler causa do filme que iria sair e como eu ainda nĆ£o tinha lido esse fui dar uma chance a ele e li rapidinho, menos de 1 semana (eu leio devagar pra cacete), e valeu a pena tanto pelo preƧo quanto pela diversĆ£o. O Poirot Ć© um cara peculiar, mas todos os ‘grandes detetives’ sĆ£o nĆ©.

Acho que o que me desagradou mais foi a estrutura do livro em si, jÔ que se passa basicamente entrevistando os passageiros do trem e no fim é a conclusão do Poirot em poucas pÔginas terminando assim.

Indico a leitura pra quem, assim como eu, comprar baratinho e quiser saber qual a historia inspirou o filme.

Vale a pena pois diverte, mas não faz milagres.

Assassinato no Expresso do Oriente - Agatha Christie
Nota: 7,5/10