Apesar de muito fã do trabalho do King, isso não me impede
de criticar algumas coisas que me incomodam nas coisas que ele produz, e esse
livro é bem isso.
O livro conta a história da viúva Lisey, que mesmo tendo
passado 2 anos ainda sofre com a perda do marido. Com um inicio lento mostrando
o dia a dia de uma viúva com problemas na família e alternando entre presente e
passado para nos apresentar Scott seu marido, o autor vai desenvolvendo a
história.
Esse é um livro sobre perdas, seja de uma vida que jamais
será a mesma ou de superar (ou pelo menos, abafar) aquele vazio inevitável que
fica pela ausência de quem amamos muito um dia. O livro trata bem a relação com
a morte e com o vazio que fica quando perdemos alguém muito importante para nós,
mas King ainda mistura toques de fantasia com horror, dando um tempero
inesperado para a história.
O livro é absurdamente lento, sendo até chato grande parte
das vezes. Até a metade a história não engrena simplesmente por não ser
interessante, mas aí caro amigo, o tio King vira a chave do ‘estilo king de
leitura’ e as coisas começam a mudar.
Esse é um livro denso. Eu fortemente não recomendo começar
por ele se você não conhece o trabalho do King a um bom tempo, é capaz de
abandonar esse aqui, acredite, pois, eu mesmo quase abandonei.
Esse foi um dos raros livros do King que me gerou aquele ‘desconforto’
(para não chamar de medo rs). Apesar da história simples, as cenas de Scott com
seu pai e irmão são para quem tem estomago, ou gosta desse tipo de coisa. King não
economizou nessas partes não.
O livro é grande demais. Poderia ser enxugado em uns 20% no
mínimo.
Uma característica dos livros do King é a excelente evolução
de seus personagens, aqui isso é marca forte. Mesmo não tendo sido a melhor
leitura dele, no final rola aquele vazio depois de conhecer tão bem os
personagens... eles são quase reais. Poderia ser um parente, uma vizinha, uma
amiga, ou até você no futuro.
A sensação final desse livro é de que mais do que morte, ele
fala sobre vida. A vida que fica quando alguém se vai e ao terminar o livro você
até entende o porque do livro ser tão lento inicialmente, justamente porque a
vida é assim e superar nunca é fácil.
Como diz um sábio: “Do not pity the dead. Pity the living.”
Love - Stephen King
Nota: 7/10
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