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Um pouco da minha maluquice, com um pouco disso aí mesmo.

terça-feira, 4 de setembro de 2018

Resenha Crônicas de Artur - Bernard Cornwell



Bem, vou escrever minhas impressões da trilogia toda por motivos de preguiça mesmo.

A trilogia de Cornwell sobre Artur é talvez a mais próxima do que teria sido a vida naquele período histórico. Esqueça magias, espadas na pedra, távola redonda e todo o resto. Aqui é um romance histórico, com muita intriga, jogo político, sangue, crueldade, paganismo e o ácido humor britânico.

De forma bem direta, os 3 livros mostram muito bem a curva de ascensão e decadência de Artur, no que seria um belo semiciclo de uma senoide.

O Rei do Inverno – Sua ascensão tanto em importância quanto em presença na história.
O Inimigo de Deus – Onde ele finca o pé e vemos mais dele, tanto seu lado chato quanto bom e também as armadilhas que o destino, que é sempre inexorável, põe em seu caminho.
Excalibur – A decadência tanto da pessoa quanto da história, que ruma para seu fim.

Preciso admitir que Cornwell é o tipo de leitura em que você precisa estar na ‘vibe’ dela, pois ela não se preocupa em fazer o contrário. Há um tempo atrás, eu abandonei a leitura por esse motivo.

O inicio de O rei do inverno é bem lento e pouco coisa acontece. As pessoas que você quer ver não aparecem e ainda é muito cedo para a intriga funcionar. Esse fato me fez largar. Tempos depois, peguei para reler e rapidamente entrei na mesma frequência, de lá pra cá eu não consegui largar a história até o seu fim.


No livro 1, começamos a conhecer personagens sensacionais e vemos como nas escolhas podem desgraçar todo um reino. A principio é bem estranho ver personagens já tão clássicos na nossa cultura fantástica serem retratados de forma tão diferente, mas Cornwell sabe o que faz e todos eles seguem reais e próprios. O que gosto nas histórias dele é de que os personagens são fieis as suas personalidades, eles não mudam pela vontade do roteiro, mas seguem aquela linha definida e são todos muito bem descritos.

No livro 2, vemos esses personagens já mais maduros e endurecidos (mas não velhos) e é onde a história ganha seu ápice. O ritmo que vinha crescendo da metade do primeiro livro pega ainda mais embalo e temos o melhor e mais frenético livro da saga. As batalhas que já eram sensacionais ficam melhores, as intrigas mais perigosas, os romances mais arrebatadores e as merdas... ah... essas ficam ainda mais fedidas. Sangue e desgraça parece que espreita cada capítulo.

No livro 3, a história ruma para o fim mas infelizmente pega uma ladeira e vai meio que sem freio. O livro não é ruim, longe disso, mas o ritmo se perde completamente. Temos montes de páginas de história que não avançam em nada, temos batalhas demais o que deixa até cansativo de certa forma, tendo em vista os últimos 2 livros e até as intrigas se perdem.
No ultimo terço, o livro até se embala com a revelação de um mistério e um leve plottwist, mas nas páginas finais ele decepciona.


O final não é ruim, mas as páginas finais sim. Entendem? Uma pena, pois depois de um livro tão bom quanto o 2, o encerramento deixa a desejar.

Recomendo demais a leitura, foi uma das melhores coisas que li nos últimos tempos, não á toa é tão recomendado por tantas pessoas.
Prepare o estomago para as batalhas, prepare a mente para entender melhor como era uma vida medieval e prepare sua fé para ter as bases do cristianismo balançadas. Não conheço ninguém que se arrependeu de ler essa série, tenho certeza que não conhecerei também.

Notas:
O Rei do Inverno – 9/10
O Inimigo de Deus – 10/10
Excalibur – 8/10

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