Bem, vou escrever minhas impressões da trilogia toda por
motivos de preguiça mesmo.
A trilogia de Cornwell sobre Artur é talvez a mais próxima
do que teria sido a vida naquele período histórico. Esqueça magias, espadas na
pedra, távola redonda e todo o resto. Aqui é um romance histórico, com muita
intriga, jogo político, sangue, crueldade, paganismo e o ácido humor britânico.
De forma bem direta, os 3 livros mostram muito bem a curva
de ascensão e decadência de Artur, no que seria um belo semiciclo de uma senoide.
O Rei do Inverno – Sua ascensão tanto em importância quanto
em presença na história.
O Inimigo de Deus – Onde ele finca o pé e vemos mais dele,
tanto seu lado chato quanto bom e também as armadilhas que o destino, que é sempre
inexorável, põe em seu caminho.
Excalibur – A decadência tanto da pessoa quanto da história,
que ruma para seu fim.
Preciso admitir que Cornwell é o tipo de leitura em que você
precisa estar na ‘vibe’ dela, pois ela não se preocupa em fazer o contrário. Há
um tempo atrás, eu abandonei a leitura por esse motivo.
O inicio de O rei do inverno é bem lento e pouco coisa
acontece. As pessoas que você quer ver não aparecem e ainda é muito cedo para a
intriga funcionar. Esse fato me fez largar. Tempos depois, peguei para reler e
rapidamente entrei na mesma frequência, de lá pra cá eu não consegui largar a
história até o seu fim.
No livro 1, começamos a conhecer personagens sensacionais e
vemos como nas escolhas podem desgraçar todo um reino. A principio é bem
estranho ver personagens já tão clássicos na nossa cultura fantástica serem
retratados de forma tão diferente, mas Cornwell sabe o que faz e todos eles
seguem reais e próprios. O que gosto nas histórias dele é de que os personagens
são fieis as suas personalidades, eles não mudam pela vontade do roteiro, mas
seguem aquela linha definida e são todos muito bem descritos.
No livro 2, vemos esses personagens já mais maduros e
endurecidos (mas não velhos) e é onde a história ganha seu ápice. O ritmo que vinha
crescendo da metade do primeiro livro pega ainda mais embalo e temos o melhor e
mais frenético livro da saga. As batalhas que já eram sensacionais ficam
melhores, as intrigas mais perigosas, os romances mais arrebatadores e as
merdas... ah... essas ficam ainda mais fedidas. Sangue e desgraça parece que
espreita cada capítulo.
No livro 3, a história ruma para o fim mas infelizmente pega
uma ladeira e vai meio que sem freio. O livro não é ruim, longe disso, mas o
ritmo se perde completamente. Temos montes de páginas de história que não avançam
em nada, temos batalhas demais o que deixa até cansativo de certa forma, tendo
em vista os últimos 2 livros e até as intrigas se perdem.
No ultimo terço, o livro até se embala com a revelação de um mistério e um leve
plottwist, mas nas páginas finais ele decepciona.
O final não é ruim, mas as páginas finais sim. Entendem? Uma
pena, pois depois de um livro tão bom quanto o 2, o encerramento deixa a desejar.
Recomendo demais a leitura, foi uma das melhores coisas que
li nos últimos tempos, não á toa é tão recomendado por tantas pessoas.
Prepare o estomago para as batalhas, prepare a mente para
entender melhor como era uma vida medieval e prepare sua fé para ter as bases
do cristianismo balançadas. Não conheço ninguém que se arrependeu de ler essa
série, tenho certeza que não conhecerei também.
Notas:
O Rei do Inverno – 9/10
O Inimigo de Deus – 10/10
Excalibur – 8/10
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