Na verdade, tenho sim. Esse livro foi viabilizado via
financiamento coletivo e a qualidade grƔfica dos extras e o capricho do autor
com o envio dos itens Ʃ notƔvel. Desde o envelope atƩ o mapa, tudo muito bem
cuidado. O autor informava aos apoiadores semanalmente dos status. Um carinho
singular. Pena isso ser tudo de bom...
O livro conta a
historia de Douglas, um poeta que desiste de sua arte e para de escrever. Ao
encontrar um PƔssaro da morte (aquele que conduz as almas atƩ seu fim), o mesmo
lhe informa que ele sofre de uma maldição: O poder de tornar suas poesias
verdade. O poeta então entra em uma busca atrÔs da personificação de seu poema,
a bailarina Safira, junto de Anatole (o pƔssaro) que perdeu seu rƩquiem, eles
entram em uma aventura atrƔs de seus desejos.
Eu queria poder dizer que o mundo Ć© mal desenvolvido, mas
nem isso posso. Ele NEM Ć© desenvolvido. O texto do posfĆ”cio menciona isso “a um mundo sombrio e a um tempo que pode ser
um passado distante ou um futuro distópico, no qual velho oeste dÔ lugar a
hospĆcios onĆricos, dirigĆveis aĆ©reos sobrevoam circos decadentistas e
feiticeiras danƧam com tigres blakeanos.”. Isso Ć© complicado pois pode ser
uma escolha do autor. Ok, direito de quem escreve, mas para mim não funcionou. O
próprio prefacio fala sobre as descrições, senti todas vazias e mal detalhadas.
Infelizmente não casou.
Falando do autor do prefÔcio. São tantos elogios a essa
obra, mencionando que Ć© uma das melhores leituras que ele jĆ” teve. Muitos,
muitos elogios mesmo... Obrigado, agora são dois autores de fora da minha
lista.
Algo que vale ser mencionado Ć© a linguagem do livro.
Propositalmente escolhida pelo autor, o livro Ć© cheio de frases elaboradas com
um lƩxico distinto. O autor diz que a obra foi concebida para ser lida em voz
alta. Aos amantes de poesia talvez esse fato agrade.
Outro problema são os personagens sem carisma algum e mal
desenvolvidos. Se importar com qualquer um deles Ć© um exercĆcio de apego
forçado, pois se depender de suas histórias...
Fantasia Sombria? NĆ£o consegui ver nem fantasia e nem nada
de sombrio. Chamar algo de dark fantasy só pq um dos personagens Ć© a ‘morte’
(que nem isso Ć©) Ć© uma ofensa a toda obra dark fantasy, principalmente pq essa
‘morte’ parece um adolescente de franja ouvindo SimplePlan chorando no quarto,
tamanho nĆvel de drama desnecessĆ”rio.
Claro que nĆ£o sou o portador da denominação dos tĆtulos, se vocĆŖ
quiser chamar uma goiaba de Romance Histórico eu não posso lhe impedir, mas
para mim essa obra aqui esta longe de ser um DarkFantasy. Nem dark, nem
fantasy.
Ć quase um “50 tons de cinza” menos explĆcito, com mais
romance e tão bom (sério?) quanto.
à necessÔrio fazer um trabalho de cotejo de revisão,
encontrei poucos, mas alguns erros de digitação, espaçamento e principalmente
pÔginas faltando número.
O livro conta com algumas questões filosóficas até que interessantes, porém a leitura arrastada só me dava vontade de terminar logo, então admito que nem isso consegui absorver tanto.
A lição que me fica é: Vou parar de ler obras independentes
nacionais. SƩrio. Vou gastar meu dinheiro com produtos mais bem trabalhados.
Dei muita chance a vƔrios, mas pra mim deu por um tempo...
Quer incentivar? Vai na fƩ... Toda a sorte do mundo e espero
que vocĆŖ tenha mais sucessos que eu.
Vou voltar para as obras editoriais porque pelo menos as
chances são melhores.
Uma leitura sofrida e arrastada. Um ‘plot’ sem muita
motivação e personagens fracos e mal desenvolvidos. Nem o ‘mistĆ©rio’ no final
salva. O livro foi mal vendido. NĆ£o Ć© uma fantasia sombria. Funcionaria mais se
fosse mais curto como um ensaio de filosofia, mas como literatura infelizmente a história não decola.
O RƩquiem do PƔssaro da Morte - Andrio Santos
Nota: 2/10
Nota: 2/10