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Um pouco da minha maluquice, com um pouco disso aí mesmo.

domingo, 25 de fevereiro de 2018

Resenha O Réquiem do Pássaro da Morte - Andrio Santos

Bom, vou tentar falar pouco (não sei se consigo) já que infelizmente eu não tenho nada de bom para falar deste livro.

Na verdade, tenho sim. Esse livro foi viabilizado via financiamento coletivo e a qualidade gráfica dos extras e o capricho do autor com o envio dos itens é notável. Desde o envelope até o mapa, tudo muito bem cuidado. O autor informava aos apoiadores semanalmente dos status. Um carinho singular. Pena isso ser tudo de bom...

O livro conta a historia de Douglas, um poeta que desiste de sua arte e para de escrever. Ao encontrar um Pássaro da morte (aquele que conduz as almas até seu fim), o mesmo lhe informa que ele sofre de uma maldição: O poder de tornar suas poesias verdade. O poeta então entra em uma busca atrás da personificação de seu poema, a bailarina Safira, junto de Anatole (o pássaro) que perdeu seu réquiem, eles entram em uma aventura atrás de seus desejos.

Eu queria poder dizer que o mundo é mal desenvolvido, mas nem isso posso. Ele NEM é desenvolvido. O texto do posfácio menciona isso “a um mundo sombrio e a um tempo que pode ser um passado distante ou um futuro distópico, no qual velho oeste dá lugar a hospícios oníricos, dirigíveis aéreos sobrevoam circos decadentistas e feiticeiras dançam com tigres blakeanos.”. Isso é complicado pois pode ser uma escolha do autor. Ok, direito de quem escreve, mas para mim não funcionou. O próprio prefacio fala sobre as descrições, senti todas vazias e mal detalhadas. Infelizmente não casou.

Falando do autor do prefácio. São tantos elogios a essa obra, mencionando que é uma das melhores leituras que ele já teve. Muitos, muitos elogios mesmo... Obrigado, agora são dois autores de fora da minha lista.

Algo que vale ser mencionado é a linguagem do livro. Propositalmente escolhida pelo autor, o livro é cheio de frases elaboradas com um léxico distinto. O autor diz que a obra foi concebida para ser lida em voz alta. Aos amantes de poesia talvez esse fato agrade.

Outro problema são os personagens sem carisma algum e mal desenvolvidos. Se importar com qualquer um deles é um exercício de apego forçado, pois se depender de suas histórias...

Fantasia Sombria? Não consegui ver nem fantasia e nem nada de sombrio. Chamar algo de dark fantasy só pq um dos personagens é a ‘morte’ (que nem isso é) é uma ofensa a toda obra dark fantasy, principalmente pq essa ‘morte’ parece um adolescente de franja ouvindo SimplePlan chorando no quarto, tamanho nível de drama desnecessário.
Claro que não sou o portador da denominação dos títulos, se você quiser chamar uma goiaba de Romance Histórico eu não posso lhe impedir, mas para mim essa obra aqui esta longe de ser um DarkFantasy. Nem dark, nem fantasy.

É quase um “50 tons de cinza” menos explícito, com mais romance e tão bom (sério?) quanto.

É necessário fazer um trabalho de cotejo de revisão, encontrei poucos, mas alguns erros de digitação, espaçamento e principalmente páginas faltando número.

O livro conta com algumas questões filosóficas até que interessantes, porém a leitura arrastada só me dava vontade de terminar logo, então admito que nem isso consegui absorver tanto.

A lição que me fica é: Vou parar de ler obras independentes nacionais. Sério. Vou gastar meu dinheiro com produtos mais bem trabalhados. Dei muita chance a vários, mas pra mim deu por um tempo...
Quer incentivar? Vai na fé... Toda a sorte do mundo e espero que você tenha mais sucessos que eu.
Vou voltar para as obras editoriais porque pelo menos as chances são melhores.

Uma leitura sofrida e arrastada. Um ‘plot’ sem muita motivação e personagens fracos e mal desenvolvidos. Nem o ‘mistério’ no final salva. O livro foi mal vendido. Não é uma fantasia sombria. Funcionaria mais se fosse mais curto como um ensaio de filosofia, mas como literatura infelizmente a história não decola.


O Réquiem do Pássaro da Morte - Andrio Santos
Nota: 2/10

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