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Um pouco da minha maluquice, com um pouco disso aí mesmo.

segunda-feira, 16 de julho de 2018

Resenha Deuses Caídos - Gabriel Tennyson


Vi muitas pessoas comentando que este era um livro de horror, que o protagonista era m anti-heróis e etc.
Bem, eu não acho que seja horror da mesma forma que não acho que Cipriano seja um anti-herói. Se trata de uma fantasia urbana e um suspense, com um toque excessivo de gore (que é lindo) e Cipriano é um herói, boca suja e de preferencias fora do convencional.

Cipriano é um Padre (sqn) que trabalha para uma ordem secreta do vaticano, onde é responsável por lidar com o sobrenatural. Quando uma criatura começa a torturar e matar pessoas corruptas famosas, em lives no Youtube, se auto intitulando o novo Messias, é hora de entrar em cena.

Sinto que mais uma vez minha expectativa me traiu. Eu esperava algo bem diferente. A quantidade de elogios a obra é enorme. Não achei ela ruim, o livro conta com algumas cenas sensacionais e é preciso pontuar que hoje em dia, encontrar alguém com coragem e culhão para descrever tal cena e mexer com tais arquétipos de nossa sociedade, é algo bem raro.

Porém, nem tudo são flores, algumas coisas realmente me incomodaram.

Cipriano é uma mistura de Constantine + CSI + Seu Boneco. Ele é OverPower DEMAIS e acho que o livro sofre um pouco com o que chamo de "efeito supersayajin". Quando seu protagonista é poderoso e fodão demais, você precisa enfraquecer todos os inimigos, isso fica um pouco chato e forçado. Cipriano é interessante, mas forçado demais. Ao invés de empatia eu acabava ficando meio de saco cheio dele e pegando ranço.

O nível de poder, por exemplo, é outra que me incomoda bastante... O que para muitos o fato dessa salada de criaturas sobrenaturais existirem seja uma coisa boa, para mim fica bobo, já que não consigo encaixar no meu conhecimento prévio (já que não há uma explicação aqui) que elas coexistam.

Julia é uma personagem chata, sem motivação, forçada e totalmente Deus Ex Machina. Sem carisma algum mesmo. O que é uma pena porque no início eu realmente achei que ia odiar o padre e me apaixonar por ela.

Faltou coragem de matar alguns personagens. Apesar da última morte eu ter tirado o chapéu (ele acertou muito nela), achei que foi pouco.

O vilão é fraco e bobo. Cara que frustração do caralho. Triste, bem triste. O combate final me fez ficar balbuciando: “ahhh não... termina assim não... ah não....”

A resolução do mistério também achei que foi um pouco fácil demais. Não é ruim, eu só esperava mais. Fica aquele gostinho de que tu sabia que podia ser melhor.

O Epílogo não acrescenta nada na história, é simplesmente uma insinuação de se criar uma brecha para um próximo livro.

Tem personagens demais. Referencias a cultura pop demais. Infelizmente desenvolvimento de menos. Esse é um daqueles casos onde eu queria que o livro fosse maior, justamente para ver toda essa gama de mundo + personagens mais trabalhados e melhor explorados.


Confesso que gostei bastante de todas as alfinetadas a igreja e principalmente as cenas mais bizarras. O autor não economizou na bizarrice e isso além de corajoso é louvável.

A obra se passa no Rio de Janeiro e é gostoso ver tantas referencias a lugares que eu já estive ou já passei. É uma viagem divertida que vai do subúrbio a zona sul.

A dentista Fernanda(Fê) Érica tem um nome incrivelmente sensacional hahahah.


No geral é uma obra boa e divertida, tem um certo humor mórbido sensacional e excelentes cenas de gore explicito para usar nas minhas mesas de Kult. O horror e o suspense deixam a desejar, mas para quem gosta de protagonistas fodões e badass vão ter em Cipriano um prato cheio. Já aqueles apaixonados por uma salada sobrenatural vão se divertir vendo de vampiros a fadas do dente e até a dragões chineses.

É um livro que vale a pena experimentar e ver essa nova roupagem gostei mais da primeira parte que da segunda, mas isso não tira seus méritos nem seus deméritos. O livro passa na média com uma certa folga rs.

Deuses Caídos - Gabriel Tennyson
Nota: 8/10

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