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Um pouco da minha maluquice, com um pouco disso aĆ­ mesmo.

terƧa-feira, 24 de outubro de 2017


Esse é pra mim um daqueles livros difíceis de classificar, e digo isso desde o estilo literÔrio até a uma opinião de como foi a leitura.
Acho que chego mais perto se o chamar de Complexo. O livro é sobre um romance sem necessariamente se ter um romance, o mesmo só de fato acontece bem mais para o meio, porém é basicamente sobre a relação dos protagonistas, que vivem um romance. Confuso? Talvez, mas entrando nesse mundo tudo passa a fazer sentido.
Eu particularmente não consigo chamar de ficção cientifica nem de fantasia, mas sendo justo nem o livro se classifica assim. Ele é um Romance, fato, mas com elementos dos outros dois estilos num combo que se encaixa muito bem. A autora soube pegar particularidades e elementos de cada estilo e usar a seu favor.
Mesmo mantendo uma qualidade muito boa, algumas coisas talvez pudessem ser melhor apresentadas. Eu achei algumas partes desanimadoras. O livro, para mim, também não conseguiu manter o ritmo, comecei devorando ele e o mantive assim até quase 70% do livro, onde ele se perde um pouco mas nos capítulos finais retoma.

Com fortes críticas a uma sociedade entrando em apocalipse (Outro livro que trata desse tema é Mestre das Chamas - Joe Hill), a autora apresenta como, em dois lados disputando pela "justiça e salvação" do mundo, ambos podem ser igualmente destruidores e cruéis. O tal "Desfecho" proposto pelos magos me lembrou bastante o "Projeto de Instrumentalidade Humana" de Neon Genesis Evangelion, não porque sejam a mesma coisa (definitivamente não são), mas pelo seu "uso".

O livro vai trazer a tona um belo duelo sobre magia x ciĆŖncia, que pode nos fazer refletir sobre o tema, mas nĆ£o o explora tanto quanto poderia, no fim tudo se resolve bem rĆ”pido.  
O Capricho na arte e ilustrações na parte interna da capa e contra capa são de um trabalho sem igual. Morro Branco mandou MUITO bem.

Outros pontos negativos que encontrei foram:
- Os pais tanto de patrƭcia quanto Laurence me parecem pessoas sem personalidade, extremamente influenciƔveis e sem um motivo aparente, achei raso demais. Eles parecem ser pessoas irreais devido a necessidade do roteiro, me decepcionou bastante.
- A atração no primeiro momento quando eles sĆ£o adultos me parece muito forƧada e sem veracidade. Como a historia seria num mundo “atual” Ć© difĆ­cil pensar que alguĆ©m seja assim ao rever uma pessoa que nĆ£o vĆŖ a mais de 10 anos, só pq eram amigos sente frio na barriga? Serio? Ou sera que eu que jĆ” estou morto por dentro e nĆ£o tenho mais sentimentos rs?
- Outra coisa foi uma pessoa, independente de sua profissão especifica, conseguir se passar e fingir de pedagogo para assumir a direção de um colégio por quase 1 ano e ninguém desconfiar é demais pra mim... isso soou absurdamente piegas. Sem contar o fato de que esse personagem, DEVIDO A SUA PROFISSÃO, podia resolver seus problemas em 1 dia. Achei que esse personagem foi tão mal usado que o livro funcionaria melhor sem ele.
- Infelizmente o livro perdeu um pouco do ritmo para mim por volta de uns 70% dele, uma pena pois seriam momentos chaves para a historia, mas não se mantém, perto dos capítulos finais tudo volta ao normal e você não consegue parar de ler até terminar.
- O final me pareceu um pouco piegas. NĆ£o estou dizendo que foi necessariamente ruim, mas achei muito simples, esperava um pouco mais.
- A diagramação do livro ficou bem ruim. Diria quase um desperdício de papel. Com margens muito grandes sobram espaços vazios que poderiam ter sido mais bem aproveitados e diminuído o livro. Nessa escolha a morro branco mandou mal.

Comparativo entre diagramaƧƵes… Ć© possĆ­vel ver que muito espaƧo foi perdido.

No geral é um livro divertido, uma leitura rÔpida e fluida que vai te sugar quase que de uma vez só até a metade. Os personagens são bem descritos e interessantes, o romance começa sem graça mas depois você passa a torcer para que dê tudo certo, afinal de contas, por pior que o ser humano seja, ele sempre vai precisar de mais amor!


Todos os PƔssaros no CƩu - Charlie Jane Anders
Nota: 8,5/10

#bookreview #morrobranco #todosospassarosnoceu

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Sei que andei um pouco sumido, mas alguns compromissos pessoais andaram pegando e eu precisei atendĆŖ-los.

Tarde, porém não mais tarde, trago minhas impressões dessa obra do SK que terminei de ler jÔ tem um tempinho.

Essa versão de A Hora do Lobisomem chama atenção absurdamente graças ao lindo trabalho que a editora fez, muito mais até que pela história, que é simples e não das melhores do Grande Estevão Rei.

Falando mais um pouco do trabalho editorial feito aqui. Tudo é lindo! O material da capa passa uma sensação de emborrachado, a cabeça do lobo é em alto relevo, as ilustrações internas são sensacionais e no final do livro ainda temos ilustrações feita por artistas brasileiros, destacando suas cenas preferidas.

Realmente é um trabalho que parece ser de fã para fã.

Falando agora da história do livro, jÔ temos aqui um problema. Eu não consigo chamar normalmente ele de livro. Parece muito mais um conto, a história é bem curtinha e objetiva mesmo.

Ao longo de 12 meses vão acontecendo mortes estranhas na cidade, cada mês é um capitulo e cada capitulo tem poucas pÔginas, cerca de duas a quatro. Chegando no último mês o mistério é revelado (acho que o próprio título do livro jÔ revela quem anda matando todo mundo, mas não vou falar pra não ferir os sentimentos de ninguém rs).

O que mais me agradou no livro, foi o protagonista. Temos uma crianƧa cadeirante resolvendo os problemas que os outros nĆ£o tinham coragem para resolver. Pode parecer estranho, mas leia e vocĆŖ vai ver que o menino nĆ£o tem a “forƧa do protagonismo”, ele só usa de sua inocĆŖncia e seus medos infantis para tentar resolver e proteger aqueles que ele ama. As descriƧƵes grĆ”ficas de algumas mortes tambĆ©m sĆ£o de criar arrepios desconfortĆ”veis de alegria. Um prato cheio para quem curte.

Não temos personagens tão bem definidos, mas temos aquelas apresentações de pessoas podres, coisa clÔssica do King, por exemplo um marido que bate na mulher sem ter um porquê.

Por ser uma história pequena, ela nĆ£o te fascina nem te desaponta, ela fica na margem do “OK, legal”! Se tratando do SK, sabemos que o OK jĆ” Ć© bem acima da mĆ©dia geral.

Leia, conheça o jovem Marty e veja se você consegue descobrir quem estÔ por traz de A hora do Lobisomem. (ok... o segredo nem é mantido por tanto tempo, mas vai lÔ descobrir kkkk).

A Hora do Lobisomem - Stephen King
Nota: 8/10



terƧa-feira, 10 de outubro de 2017



Como jĆ” tinha ouvido falar sobre o trabalho do Junji Ito, eu meio que jĆ” estava preparado pro que viria. Pelo menos era o que eu achava.

O trabalho de Junji Ito é algo ímpar, não é à toa que o mesmo é um dos mais famosos mangakas de terror no Japão. Com um traço maneiríssimo e detalhes inesperados, o artista consegue apresentar uma obra grotesca, escatológica e bizarramente bela.

Ɖ difĆ­cil falar muito sem dar spoiler, jĆ” que se trata de um conjunto de pequenas e curtas historias, mas destaco 3 delas que realmente mexeram comigo, cada uma a seu ponto:

  • Gola role vermelha – Uma história bem bizarra e sensacional. 
  • Salve Adeus - Rola um drama que eu nĆ£o esperava, de verdade, Ć© de uma beleza incrĆ­vel, o Ćŗnico que nĆ£o Ć© de terror mesmo. Traz reflexƵes inesperadas!
  • A Mulher que sussurrava - A Ćŗltima história fecha com chave de ouro, bizarra e reflexiva, muito boa mesmo!

Espere historias recheadas de ironia, horror, criticas, escatologia e atƩ beleza.

Ressalto também a beleza dos detalhes em verniz transparente na capa, é de um cuidado realmente especial. Quando peguei o livro em mãos, na livraria, não tinha reparado por causa do plÔstico, mas ao pegar na mão e reparar o cuidado com que a capa foi feita, é algo sensacional.

Fragmentos do Horror nos apresenta diversas histórias interessantes e inteligentes, com muito do horror japonês (que é bem diferente do nosso). Preparo o leitor para o choque, as ilustrações são feitas pra isso, mas acredite, essa é a maior beleza da obra!

Fragmentos do Horror - Junji Ito
Nota: 9/10


Eu confesso não ser grande fã de livros de autoajuda. Normalmente eles me entediam mais do que me ajudam a refletir. Como jÔ assisti algumas palestras do autor e gostei, fiquei curioso para saber como eram os livros dele então decidi arriscar.

Acho que serei breve pois infelizmente não tenho coisas boas a falar. Tentarei ser justo ao mÔximo, principalmente comigo, uma vez que investi tempo e dinheiro em tal material.

A proposta do livro é trazer à luz, reflexões de atitudes do âmbito profissional, com o objetivo de fazer o mesmo refletir sobre suas motivações a respeito de sua vida/emprego.

Para mim, pelo menos, não funcionou. Achei o livro extremamente raso, com histórias que mais pareciam uma leve tendência a uma absorção de ideologia política do que de fato uma reflexão. Se você, assim como eu, procurava o Cortella das palestras, não irÔ encontra-lo aqui.

Dos 20 capítulos acho que apenas uns 2 me trouxeram algo de útil onde eu realmente pude pensar um pouco, o resto era uma mistura de influencias ideológicas com acontecimentos baseados na opinião do autor.

Podem dizer que eu que não sou inteligente o suficiente para captar a essência, o que pode até ser verdade, porém, inteligente ou não, sei que não foi uma experiencia útil.

Outro ponto negativo é a diagramação do livro. Com uma fonte excessivamente grande e um texto que parece só ocupar metade da folha, o livro acaba tendo um tamanho final maior que o necessÔrio, fiquei realmente sem entender o porquê dessa opção editorial.
Seria para atingir um público com algum problema de visão?
Seria uma justificativa para poder elevar um pouco o preƧo?


NĆ£o saberemos, mas nĆ£o recomendo, darei outra chance ao autor em outra obra, mas saibam que pelo menos essa aqui, eu nĆ£o indico. 

Por que Fazemos o que Fazemos? - Mario SƩrgio Cortella
Nota: 4/10

segunda-feira, 9 de outubro de 2017


Quando gosto de um livro, tendo a ficar falando sobre ele o tempo todo, indicando a leitura as pessoas mais próximas de mim, postando fotos de trechos que acho muito interessantes e etc. Quem me acompanha, sabe que vira e meche eu publico algo do tipo. Esse livro bateu recorde desse tipo de coisa. EstÔ sem dúvidas, entre as melhores leituras do ano.

Lembro de estar conversando com amigos sobre as altas ‘viajadas’ que eu dava refletindo sobre as coisas apresentadas no livro. O autor Ć© um filosofo entĆ£o se prepare para vĆ”rias reflexƵes, foram vĆ”rias coisas que eu refleti quando largava o livro. Foi mais que uma simples leitura, foi uma “experiencia”.

JÔ posso adiantar que tudo que eu falar talvez não faça jus a tão recompensadora experiencia que tive. Tudo bem, não sou nenhum expert, gosto apenas de colocar minhas impressões sobre as coisas que leio, mas se posso dar um conselho este seria: Leia este livro.

Não recomendo ele apenas para os fãs de ficção cientifica não. Leia independente do gênero que você mais goste, acredite, ele vai te surpreender.

O livro nos conta a história de um Planeta, criado por um Deus ainda jovem e inexperiente, que comete erros, mas que tenta fazer um local perfeito, onde nada possa dar errado. Esse planeta funciona quase que de forma completamente inversa ao que estamos acostumados. Nele a luz Ć© sempiterna, existem 6 sóis banhando as pessoas de luz o tempo inteiro. Os seres sĆ£o fisicamente diferentes e desconhecem vĆ”rios conceitos que pra nós Ć© tĆ£o normal, como dor, sono, dormir, privacidade e etc. AliĆ”s, por serem todos telepatas, eles vivem numa ‘rede’ mental dividindo todos os seus pensamentos, a privacidade nĆ£o existe e aos que tentam Ć© considerado um crime. Junte tudo isso e pense: Onde só hĆ” luz, Ć© possĆ­vel nos fazer mal a escuridĆ£o?

Tenho certeza que esse pequeno paragrafo deve ter despertado pelo menos a curiosidade em você, não se faça de rogado, vÔ e leia também!

Com uma narrativa muito bem conduzida, de leitura fluida e fÔcil o autor vai te apresentado a esse universo completamente novo, tudo ali é novo para o leitor, novo, porém familiar. As comparações são fÔceis e o leitor não se pega perdido, mas sim encantado com aquela estrutura, foi assim comigo.

Ɖ fĆ”cil se pegar pensando coisas do tipo: O Ć© mais importante: o bem-estar pessoal ou coletivo? AtĆ© que ponto os questionamentos sĆ£o vĆ”lidos? Qual a melhor forma de organizar uma sociedade? Viver de forma completamente coletiva Ć© viĆ”vel?

O livro ainda termina com um final sensacional, os últimos capítulos são de uma intensidade e riquezas incríveis, acho que era quase possível ver o meu cérebro derretendo e escorrendo rs.

domingo, 1 de outubro de 2017


Sinopse:
A trama segue Gerald (Bruce Greenwood) e Jessie Burlingame (Carla Gugino), que foram para sua casa de verĆ£o para terem um momento mais apimentado. Depois de ter sido algemada na cama, Jessie se cansa dos jogos do marido, atĆ© que as coisas tomam uma volta inesperadamente trĆ”gica. Gerald tem um ataque cardĆ­aco enquanto Jessie permanece presa. Quando tenta buscar alguma alternativa para escapar da situação, memórias dolorosas de sua infĆ¢ncia a incomodam. Sua Ćŗnica companhia Ć© um cachorro selvagem e as vozes que habitam sua mente. ƀ noite, ela nĆ£o tem certeza se Ć© a imaginação dela ou se ela tem outro companheiro: alguĆ©m a observando pelo canto do quarto escuro.



Acabei de assistir ao filme Jogo Perigoso (Gerald's Game), baseado no livro do Grande Stephen King (Estêvão Rei, para os mais íntimos) e posso dizer que é um filme muito bom.

Claro, jÔ adianto a ressalva de que acredito que grande parte do público não vÔ gostar, devido a estrutura apresentada pelo filme. Ele é um filme "puramente Stephen King". O charme do filme estÔ completamente nas situações vividas pelos personagens.

O filme conseguiu transmitir para mim todas as sensaƧƵes claustrofóbicas possĆ­veis, todo o desespero e sensação de nervoso que aquela mulher devia estar sentindo naquela situação. Entrando nas memorias da Jessie e vendo mais sobre o seu passado, a vida dessa mulher deve ter sido desesperadora.

Por ponto negativo eu deixo aquela que acredito que todos jÔ saibam, Stephen King normalmente não arrebata com seus finais, o fechamento da historia aqui deixa aquela sensação de que o final só estÔ ali para fechar o filme mesmo, ele apesar de até te apresentar uma certa surpresa, termina de forma rÔpida e simples.

Não acredito que consiga se tornar um filme mainstream, até porque nem o livro agradou tanto assim a grande parte de seus leitores, mas acredito que quem entender a proposta do filme e assistir a ele da forma como normalmente SK entrega suas historias pode gostar bastante, afinal de contas terror e desespero psicológico são um prato cheio para quem gosta de ficar sem dormir a noite, não? rs

                                  

Com as atuaƧƵes sensacionais de Carla Gugino (no papel de Jassie, a esposa) e Bruce Greenwood (como Gerald, o marido) todo o clima que era desejado transmitir foi feito com maestria. Quem leu disse que Ć© uma adaptação bem fiel ao livro, e eu atĆ© farei uma pausa no livro atual para ler esse, e assim que terminar trago novidades.

Podem esperar "terror que derrete sua mente", referencias a outras obras, personagens com problemas reais e todo aquele tipo de coisa que Stephen King gosta e sabe, como transmitir.