Vou entregar logo aqui, esse livro é: MALUCO.
Sim, completamente insano, e no pior sentido possível.
LoveStar é um livro que traz elementos muito interessante,
alguns que te fazem pensar MESMO, e eles são espalhados por todo o livro, pena
que numa narrativa tão sofrida, disforme e nada coesa.
A história trata de uma distopia onde o mundo todo funciona
sem fio e toda a tecnologia está nas mãos de uma megacorp. Acredite, TUDO
MESMO. Pra galera que já estudou um pouco de Marketing (principalmente o
digital) vai ver como um livro de 2002 tem conceitos MUITO curiosos se
comparados a como funciona o mundo hoje. Existem todo um controle sobre o que você gosta, uma influencia forte mesmo e privacidade zero. A humanidade passou a aceitar sugestões calculadas por algoritmos e está feliz com essa ´'pseudo-liberdade'. Te lembra algo? anúncios específicos, playlists sugeridas e mais… pois é.
O livro parece um apanhado de boas ideias misturadas e
jogadas em várias linhas do tempo bizarras espalhadas pelo livro.
A obra segue de forma principal dois plots separados que não
se encontram e não conversam, mas são forçadamente misturados na última página.
Passado e presente se misturam sem nenhuma indicação. Não se perder é um
desafio.
O plot do Indrid e da Sigrid é até mais interessante, só que
ínfimo perto do plot do LoveStar. (bola fora)
E a ultima página? PQP que final HORROROSO. Eu juro que
tentei ver a poesia do final aberto, mas só restou na boca aquele gosto amargo
de um final preguiçoso.
Outro problema é que o livro é repetitivo demais. Acho que é
tanta coisa repetida que se cortar acho que o livro reduz pela metade.
Sem contar da apresentação de conceitos, muito bons, mas não
utilizados. Um exemplo bem forte é a questão do renascimento. Ela é apresentada
no início, tem um potencial tremendo e só e usada lá. É uma baita reflexão
filosófica que te causa, mas existe só em alguns parágrafos, enquanto partes
desnecessárias são repetidas à exaustão.
As vezes parece que o autor teve excelentes ideias, mas não
sabia o que fazer com elas, daí ele misturou de qualquer jeito e sai um livro
que parece feito no modo aleatório.
Eu falei que era maluco né? Saca só, tem cenas onde um
personagem é engolido e dorme dentro de um lobo gigante, com um zíper na barriga onde ele
pode entrar e sair. WTF? Sim eu tb pensei o mesmo.
Vale ressaltar que o projeto gráfico é sensacional,
primoroso, porém, apesar de bonito é desleal pois não tem nada a ver com a história.
Não se deixe enganar como eu.
Resumindo. É um livro nada coeso, sem um fio lógico na
narrativa. Personagens nada trabalhados. Conceitos distópicos muito bons que
cumprem seu papel na parte filosófica. Um final bobo e horroroso.
Funcionaria melhor como uma coletânea de contos, PKD fez
isso extremamente bem durante sua vida.
Nota: 5/10
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