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Um pouco da minha maluquice, com um pouco disso aĆ­ mesmo.

domingo, 31 de dezembro de 2017



Última resenha do ano, merecia ser a do Mestre King.

Apesar de muito fã do trabalho do King, isso não me impede de criticar algumas coisas que me incomodam nas coisas que ele produz, e esse livro é bem isso.

O livro conta a história da viúva Lisey, que mesmo tendo passado 2 anos ainda sofre com a perda do marido. Com um inicio lento mostrando o dia a dia de uma viúva com problemas na família e alternando entre presente e passado para nos apresentar Scott seu marido, o autor vai desenvolvendo a história.

Esse é um livro sobre perdas, seja de uma vida que jamais serÔ a mesma ou de superar (ou pelo menos, abafar) aquele vazio inevitÔvel que fica pela ausência de quem amamos muito um dia. O livro trata bem a relação com a morte e com o vazio que fica quando perdemos alguém muito importante para nós, mas King ainda mistura toques de fantasia com horror, dando um tempero inesperado para a história.


O livro Ć© absurdamente lento, sendo atĆ© chato grande parte das vezes. AtĆ© a metade a história nĆ£o engrena simplesmente por nĆ£o ser interessante, mas aĆ­ caro amigo, o tio King vira a chave do ‘estilo king de leitura’ e as coisas comeƧam a mudar.

Esse é um livro denso. Eu fortemente não recomendo começar por ele se você não conhece o trabalho do King a um bom tempo, é capaz de abandonar esse aqui, acredite, pois, eu mesmo quase abandonei.

Esse foi um dos raros livros do King que me gerou aquele ‘desconforto’ (para nĆ£o chamar de medo rs). Apesar da história simples, as cenas de Scott com seu pai e irmĆ£o sĆ£o para quem tem estomago, ou gosta desse tipo de coisa. King nĆ£o economizou nessas partes nĆ£o.

O livro Ć© grande demais. Poderia ser enxugado em uns 20% no mĆ­nimo.

Uma característica dos livros do King é a excelente evolução de seus personagens, aqui isso é marca forte. Mesmo não tendo sido a melhor leitura dele, no final rola aquele vazio depois de conhecer tão bem os personagens... eles são quase reais. Poderia ser um parente, uma vizinha, uma amiga, ou até você no futuro.


A sensação final desse livro é de que mais do que morte, ele fala sobre vida. A vida que fica quando alguém se vai e ao terminar o livro você até entende o porque do livro ser tão lento inicialmente, justamente porque a vida é assim e superar nunca é fÔcil.

Como diz um sĆ”bio: “Do not pity the dead. Pity the living.”

Love - Stephen King
Nota: 7/10



A maior sensação que ficou foi a de assistir a um filme trash, tipo B americano, que vocĆŖ sabe que vai ser ruim, mas assiste atĆ© o final só para ver onde vai dar? Ɖ assim, só que um pouco pior.

O livro conta a história de um adolescente, vítima de bullying que começa a ter problemas de esquizofrenia e um demÓnio se aproxima dele prometendo fornecer a ele as armas pra se vingar de todo mundo que lhe fez mal. As coisas começam a acontecer até que chamam atenção de um policial, que coincidentemente é um caçador secreto de demÓnios.

Com isso a história se desenvolve num plot fraco e cheio de clichês. Não espere nada surpreendente e nem cenas grotescas, aqui o demÓnio é boa gente.

Dizer que eu esperava mais é pouco. Depois de umas 50 pÔginas eu só queria terminar pra ver onde aquilo ia parar.

Acho que essa história funcionĆ”ria melhor como um conto…. Focando somente no protagonista e sem muita enrolação.
Infelizmente a história é cheia de clichês e mal construída e ruma uma ladeira abaixo sem freios.


Pontos Negativos:
  • Personagens absurdamente rasos e mal construĆ­dos. Durante quase todo o livro nĆ£o dĆ” para ver a função deles na história, mas no final eles atĆ© tem seus motivos (alguns pelo menos), porĆ©m ninguĆ©m Ć© bem desenvolvido aqui.
  • Protagonista fraco e sem "vida", como nĆ£o foi bem desenvolvido, vocĆŖ nĆ£o consegue se apegar nem as coisas que ele sofre, apesar da crĆ­tica que o autor tenta fazer atravĆ©s dele.
  • MudanƧas de ponto de vista do nada... de um parĆ”grafo para o outro sem nenhuma indicação. Isso Ć© pĆ©ssimo.
  • O livro ora aprece ser narrado em 1 pessoa ora em 3... sim Ć© bem confuso.
  • Diagramação malfeita texto muito perto do miolo e longe da borda.
  • Muitos erros de portuguĆŖs e/ou digitação. Vale a pena ser feita uma bela revisĆ£o.
  • A menina que nĆ£o sabe falar portuguĆŖs fica fluente de uma hora para outra.
  • ClichĆŖs…clichĆŖs e mais clichĆŖs…. Falta aquela sensação de ser surpreendido…. Ser algo original, sabe?
  • Um Van-hellsing tupiniquim sabichĆ£o que tem uma sociedade secreta de caƧar demĆ“nios, mas que sai falando pra todo mundo que Ć© cheio demĆ“nio no mundo, e ainda conta com um exĆ©rcito armado com o poder do roteiro. Na verdade, todos eles aqui tĆŖm o poder do roteiro.
  • Acho que o pior foi o “DemĆ“nio” boa praƧa que quer ajudar os sofredores de bullying. A motivação do demĆ“nio Ć© se alimentar de ódio e o que ele faz? Ajuda o mocinho…. Porra esse demĆ“nio precisa ter umas aulas de obsessĆ£o, qualquer obsessor de respeito PRODUZ mais ódio na sua vĆ­tima. Seria muito mais eficaz, ele podia fazer o mundo odiar o protagonista e se alimentar do ódio que o protagonista iria sentir das pessoas por ser cada vez mais rejeitado, mas nĆ£o…. O demoninho boa gente quer fazer o bem, ele ajuda…. Ɖ quase uma mamĆ£e. Essa parte Ć© tĆ£o mal pensada que a justificativa nĆ£o se mantĆ©m, uma vez que tinham outros personagens com muito mais motivo pra ter ódio do mundo do que o próprio protagonista. Tem hora que o demĆ“nio tem atĆ© CRISE DE CONSCIÊNCIA… SIMMMM... Ć© isso mesmo...

Ɖ sempre triste e chato criticar o trabalho dos outros, principalmente pq normalmente tem um envolvimento emocional na coisa…. quando me pedem para ler algo pra dar minha opiniĆ£o eu tento ser mais delicado, mas quando sou cliente eu quero ser bem atendido.
Nesse caso, como cliente, eu estou absurdamente arrependido, porĆ©m como pessoa eu diria ao autor pra continuar produzindo pois provavelmente ele tem futuro, mas sugiro antes de tornar o sonho em algo fĆ­sico que tente trabalhar melhor a obra antes…. Busque leitores de estilos diferentes, nĆ£o confie só em amigos, absorva as crĆ­ticas e principalmente, acredite que vocĆŖ pode ter produzido algo que nĆ£o ficou bom. NĆ£o precisa desistir, mas Ć© importante ir galgando passos, todo grande autor comeƧou por algum lugar.

Se esse livro tivesse passado por uma editoração bacana, sem dĆŗvidas o editor apontaria muitas coisas a serem mudadas ou aconselharia a transformar em algo menor…. Os erros de portuguĆŖs tambĆ©m mereciam uma boa revisĆ£o. A linguagem as vezes coloquial demais e a falta de descriƧƵes prejudicam um pouco a leitura.

E numa boa, um livro de terror trazer essa historinha de combater ódio com amor Ć© algo complicado… Contos de fadas de demĆ“nios agora?

E apesar de não ser surpresa, o final é corrido e piegas, bem filme B mesmo.

Pontos Positivos:
  • Capa dura, arte da capa muito bonita, acabamento e preƧo justo.
  • O autor foi bastante atencioso e me enviou o livro no mesmo dia e tal. (apesar de nĆ£o ter perguntado se eu queria autografo e mandado sem... bola fora)
  • Algumas cenas de mortes. SĆ£o geralmente curtas, coisa de 2 linhas, mas algumas foram interessantes.

Se vocĆŖ procura uma leitura rĆ”pida, sobre possessĆ£o, mas sem esperar muito, só para se distrair e rir um pouco (de raiva), de uma chance a esse livro…. Talvez vc aprecie mais do que eu.



Acho que ninguém sente prazer em criticar algo, principalmente alguém na posição de cliente, assim como eu, que gastou dinheiro. Eu queria muito gostar, tanto que paguei pelo livro.


Bom, Ć© isso…. Uma pena a Ćŗltima leitura do ano nĆ£o ter sido tĆ£o prazerosa, mas ano que vem tem mais.

Boas festas a todos!



InsaciƔvel - Eduardo Scavuzzo

Nota: 4/10



terƧa-feira, 26 de dezembro de 2017



Falar de um clÔssico é sempre complicado pois geralmente é um livro em que (quase) todo mundo jÔ leu. Tendo isso em mente serei bem sucinto (talvez mais do que o normal, ou não).
Gostei? Sim, até que curti sim. Não é nenhuma obra prima, mas é divertido, dificilmente livros policiais tem todo o meu amor, mas é um livro divertido, pequeno, curto e simples, sem muitas enrolações.

Confesso que peguei para ler causa do filme que iria sair e como eu ainda nĆ£o tinha lido esse fui dar uma chance a ele e li rapidinho, menos de 1 semana (eu leio devagar pra cacete), e valeu a pena tanto pelo preƧo quanto pela diversĆ£o. O Poirot Ć© um cara peculiar, mas todos os ‘grandes detetives’ sĆ£o nĆ©.

Acho que o que me desagradou mais foi a estrutura do livro em si, jÔ que se passa basicamente entrevistando os passageiros do trem e no fim é a conclusão do Poirot em poucas pÔginas terminando assim.

Indico a leitura pra quem, assim como eu, comprar baratinho e quiser saber qual a historia inspirou o filme.

Vale a pena pois diverte, mas não faz milagres.

Assassinato no Expresso do Oriente - Agatha Christie
Nota: 7,5/10

terƧa-feira, 28 de novembro de 2017


Chegamos ao 2 livro dessa trilogia. JĆ” sendo sincero e direto Ć© fato que a qualidade cai um pouco, mas nada absurdo. 
Pra quem curtiu muito o primeiro pode estranhar um pouco esse novo rumo que as coisas tomaram.

Aqui temos um Vaelin jÔ cansado de tantas guerras e lutas, desacreditado da vida por tanta coisa ruim que jÔ viu e desesperançoso. Vaelin só quer descansar mas ao chegar ao velho reino alpirano o agora rei Malcius o envia em uma missão diplomÔtica para ser o Senhor da Torre do Norte (por isso o titulo do livro). Não demora muito e as guerras começam novamente.

Sendo breve, pq to sem saco de escrever mesmo rs, o livro mantém o mesmo padrão, decaindo um pouco em qualidade, nada muito grande mas a diferença é perceptível devido a nova forma em que a história é apresentada. Ainda mais sombrio que o livro anterior, este aqui desenvolve muito mais o cenÔrio e os outros personagens, apresentando graves consequências para acontecimentos anteriores e atuais. Esse aqui mostra muito mais as tramas políticas do jogo.

Continua sendo um excelente trabalho e em breve comeƧarei a ler o ultimo livro dessa sƩrie, ansioso pelo final.

Pontos positivos:
- Vaelin mais maduro, mas apesar de não querer mais estar em guerra o tempo todo não temos aquele clÔssico herói cansado. Vaelin ainda sabe usar sua espada.
- Alguns personagens novos são muito interessantes.
- Nossa princesa tem um desenvolvimento muito interessante.
- Pra quem gosta de ação, cenas de batalha nĆ£o faltam aqui. 


Pontos negativos:
 - Toda aquela sensação de maravilhamento do livro anterior nĆ£o existe aqui, ele estĆ” bem mais denso falando mais sobre o mundo e sobre as consequĆŖncias do livro anterior, por um lado ele cai sim, mas por outro Ć© uma evolução daquele mundo.
- Esse livro tem MUITA batalha, o que achei que acabou ficando cansativo, pois era porrada em todo o lugar.
- Alguns personagens tiveram seu arco mal explorado. No livro anterior temos como personagem principal o Vaelin, aqui jÔ temos bem mais personagens, acho que isso pesou um pouco na mão do autor.

- Esse livro acaba ficando muito preso ao mesmo lugar, apesar de expandir as consequências parece que não acontece muita coisa, diferente do primeiro que temos anos e anos passando.


O Senhor da Torre - Anthony Ryan
Nota 9/10
#bookreview #anthonyryan #trilogiasombradocorvo



Devido a problemas alheios a minha vontade farei outra resenha sucinta, visando apontar pontos mais diretos.

Infelizmente apesar de ter gostado bastante no inicio do meio para o fim me decepcionou.

Eu sempre evito de falar mal de algumas coisas pois geralmente acaba gerando mais desconforto, mesmo eu estando no meu direito, por ser um cliente e tal, mas ainda assim existe todo um apego aos produtores da obra e ninguƩm gosta de ser criticado em seu trabalho. Isso eu entendo e acredito ser assim tambƩm.

O livro tem grandes influencias de obras como Jurassic Park, Alien, Vinte mil lƩguas submarinas e outras, jƔ ditas pelo autor, e isso Ʃ bem notƔvel, esse estilo enriquece e o autor consegue aproveitar isso sem copiar nada, bem bacana.

Falando um pouco da obra: O livro tem como protagonista uma mulher, que é uma agente da ABIN e por ser muito competente e boa no que faz, acaba sendo escolhida mais vezes do que deveria para missões. Ela recebe a missão de investigar uma empresa chinesa que tem parceria com o governo brasileiro, mas que devido a um acidente em uma das praias fica sobre suspeita.
Rosa então descobre que a empresa estÔ construindo um museu de seres microscópicos, que alterados geneticamente estão gigantes, e com isso toda uma trama (Jurassic Park, lembra?) é desenvolvida. Temos projetos sendo desenvolvidos, discussões filosóficas, empoderamento feminino, respeito a identidade sexual diferente, empresas se destruindo no mercado corporativo e mais.

Vamos aos pontos positivos, mais relevantes em minha opinião:

 - O livro gera algumas discussƵes filosóficas interessantes, principalmente a respeito de medicina e sobre o problema da intolerĆ¢ncia a gĆŖneros/tipos/identidades sexuais que vivemos hoje em dia. Ponto positivo!
- A escrita do autor é leve e a opção de capítulos curtos gera uma dinâmica e uma necessidade de leitura interessante... o mistério inicial vai te puxando cada vez mais para a história.
- O livro tem um belo trabalho de pesquisa em biologia, apesar de ter muita coisa técnica, não fica maçante, pelo contrÔrio, é tudo explicado de forma leve e tranquila.
- As descrições de cenas de ação e mortes são excelentes, algumas bem grotescas, isso é lindo!
- As descrições dos visuais das ilhas são bem bacanas, dÔ pra se sentir em Fernando de Noronha de verdade, pelo menos eu que só conheço por fotos.


Agora aos pontos negativos, mais relevantes:

- O suspense ia bem, mas desanda no final.
- Infelizmente aquele lance piegas do vilão contar todo o seu plano no fim antes de ser derrotado tb estÔ aqui... fica forçado... me lembra roteiro ruim dos anos 80.
- Eu geralmente não gosto de protagonistas BadAsses que sabem de tudo, e a Rosa é uma delas... ela sinceramente parece ter o poder do Roteiro em suas mãos. Ela sabe de tudo, desvenda tudo, descobre tudo, bota medo em todos e todos a obedecem... pq? Simplesmente pq sim... ponto MUITO negativo.
- Eu sou bem burro para livros de mistƩrio pois raramente acerto o assassino... acertei aqui, uma pena... o thriller realmente perde ritmo e parece que para de tentar esconder no final.
- Nenhum personagem me cativou e tinham bastante deles lĆ”.
- Um complexo multimilionĆ”rio, uma infraestrutura absurda mas uma porta ultra resistente abre com 3 porradas… triste… 
- Os Ćŗltimos capĆ­tulos caem muito, entra naquele frenesi de salvar os mocinhos e as cenas finais sĆ£o bem caĆ­das.


SPOILER >>>>>>>>> - A parte das disputas entre empresas que era o que mais tinha me chamado atenção não teve participação quase nenhuma na história, ali tinha potencial, mas não foi utilizado.


Unicelular - Tarsis Magellan
Nota: 6,5/10
 #bookreview #unicelular #literaturanacional

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Confesso ter andado com uma baita preguiƧa e um grande bloqueio resenhƭstico, por isso enrolei tanto para colocar esse livro aqui, que jƔ terminei faz um bom tempo.

Devido a tal bloqueio serei curto e direto rs.

Se vocĆŖ conhece a franquia de jogos e The Witcher e seu picudo, fodĆ”stico, sensasionation belĆ­ssimo Wild Hunt (3Āŗ e Ćŗltimo jogo da sĆ©rie), esse primeiro livro vai ser mais bem aproveitado, pois passa claramente a sensação de serem "side-quests" feitas pelo Geralt.

Se você não conhece nada sobre a franquia pode ficar um pouco perdido, pois são usados conceitos aparentemente não apresentados, assim como criaturas nunca antes vistas, mas fiquem tranquilos, ainda existem Elfos e Trolls para os mais clÔssicos.

Acredite, isso não diminui a qualidade da leitura. Geralt é um personagem excelente, sem igual mesmo. Cativante e rabugento, o Bruxão (como é popularmente conhecido só por mim mesmo kkkk) manda bem e não foge das brigas, apesar de sempre estar tentando fugir delas.

Pra quem não sabe, esse é um livro de contos que seguem uma linha e formam uma coesão. Entre um conto e outro estão os "capítulos de ligação".

Para os fãs, o último conto é um dos melhores pois mostra como Geralt e Yennefer se conheceram.
E vou te contar ein… que feiticeira meus amigos… que feiticeira!! #momentonerdtetudo


Os elfos aqui andam meio putos com a humanidade. (e quem pode julgƔ-los nƩ)

Ɖ um livro verdadeiramente divertido, de leitura fĆ”cil e agradĆ”vel apresentando uma fantasia menos "high-fantasy" que as comuns. Quem jĆ” conhece os jogos sabe que ela puxa um pouco mais pro cru e atĆ© pro Dark algumas vezes.

Sapkowski e sua escrita sagaz

Assim que terminar os atuais pretendo finalizar a série que jÔ conta com o último volume em pré venda. Entra nesse barco aí e bora acompanhar Geralt e sua égua Plotka, acredite, vale a pena!

O Ćŗltimo desejo - Andrzej Sapkowski
Nota: 9/10
 #bookreview #martinsfontes #thewitcher #oultimodesejo #pracimadelasbruxĆ£o

terƧa-feira, 24 de outubro de 2017


Esse é pra mim um daqueles livros difíceis de classificar, e digo isso desde o estilo literÔrio até a uma opinião de como foi a leitura.
Acho que chego mais perto se o chamar de Complexo. O livro é sobre um romance sem necessariamente se ter um romance, o mesmo só de fato acontece bem mais para o meio, porém é basicamente sobre a relação dos protagonistas, que vivem um romance. Confuso? Talvez, mas entrando nesse mundo tudo passa a fazer sentido.
Eu particularmente não consigo chamar de ficção cientifica nem de fantasia, mas sendo justo nem o livro se classifica assim. Ele é um Romance, fato, mas com elementos dos outros dois estilos num combo que se encaixa muito bem. A autora soube pegar particularidades e elementos de cada estilo e usar a seu favor.
Mesmo mantendo uma qualidade muito boa, algumas coisas talvez pudessem ser melhor apresentadas. Eu achei algumas partes desanimadoras. O livro, para mim, também não conseguiu manter o ritmo, comecei devorando ele e o mantive assim até quase 70% do livro, onde ele se perde um pouco mas nos capítulos finais retoma.

Com fortes críticas a uma sociedade entrando em apocalipse (Outro livro que trata desse tema é Mestre das Chamas - Joe Hill), a autora apresenta como, em dois lados disputando pela "justiça e salvação" do mundo, ambos podem ser igualmente destruidores e cruéis. O tal "Desfecho" proposto pelos magos me lembrou bastante o "Projeto de Instrumentalidade Humana" de Neon Genesis Evangelion, não porque sejam a mesma coisa (definitivamente não são), mas pelo seu "uso".

O livro vai trazer a tona um belo duelo sobre magia x ciĆŖncia, que pode nos fazer refletir sobre o tema, mas nĆ£o o explora tanto quanto poderia, no fim tudo se resolve bem rĆ”pido.  
O Capricho na arte e ilustrações na parte interna da capa e contra capa são de um trabalho sem igual. Morro Branco mandou MUITO bem.

Outros pontos negativos que encontrei foram:
- Os pais tanto de patrƭcia quanto Laurence me parecem pessoas sem personalidade, extremamente influenciƔveis e sem um motivo aparente, achei raso demais. Eles parecem ser pessoas irreais devido a necessidade do roteiro, me decepcionou bastante.
- A atração no primeiro momento quando eles sĆ£o adultos me parece muito forƧada e sem veracidade. Como a historia seria num mundo “atual” Ć© difĆ­cil pensar que alguĆ©m seja assim ao rever uma pessoa que nĆ£o vĆŖ a mais de 10 anos, só pq eram amigos sente frio na barriga? Serio? Ou sera que eu que jĆ” estou morto por dentro e nĆ£o tenho mais sentimentos rs?
- Outra coisa foi uma pessoa, independente de sua profissão especifica, conseguir se passar e fingir de pedagogo para assumir a direção de um colégio por quase 1 ano e ninguém desconfiar é demais pra mim... isso soou absurdamente piegas. Sem contar o fato de que esse personagem, DEVIDO A SUA PROFISSÃO, podia resolver seus problemas em 1 dia. Achei que esse personagem foi tão mal usado que o livro funcionaria melhor sem ele.
- Infelizmente o livro perdeu um pouco do ritmo para mim por volta de uns 70% dele, uma pena pois seriam momentos chaves para a historia, mas não se mantém, perto dos capítulos finais tudo volta ao normal e você não consegue parar de ler até terminar.
- O final me pareceu um pouco piegas. NĆ£o estou dizendo que foi necessariamente ruim, mas achei muito simples, esperava um pouco mais.
- A diagramação do livro ficou bem ruim. Diria quase um desperdício de papel. Com margens muito grandes sobram espaços vazios que poderiam ter sido mais bem aproveitados e diminuído o livro. Nessa escolha a morro branco mandou mal.

Comparativo entre diagramaƧƵes… Ć© possĆ­vel ver que muito espaƧo foi perdido.

No geral é um livro divertido, uma leitura rÔpida e fluida que vai te sugar quase que de uma vez só até a metade. Os personagens são bem descritos e interessantes, o romance começa sem graça mas depois você passa a torcer para que dê tudo certo, afinal de contas, por pior que o ser humano seja, ele sempre vai precisar de mais amor!


Todos os PƔssaros no CƩu - Charlie Jane Anders
Nota: 8,5/10

#bookreview #morrobranco #todosospassarosnoceu

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Sei que andei um pouco sumido, mas alguns compromissos pessoais andaram pegando e eu precisei atendĆŖ-los.

Tarde, porém não mais tarde, trago minhas impressões dessa obra do SK que terminei de ler jÔ tem um tempinho.

Essa versão de A Hora do Lobisomem chama atenção absurdamente graças ao lindo trabalho que a editora fez, muito mais até que pela história, que é simples e não das melhores do Grande Estevão Rei.

Falando mais um pouco do trabalho editorial feito aqui. Tudo é lindo! O material da capa passa uma sensação de emborrachado, a cabeça do lobo é em alto relevo, as ilustrações internas são sensacionais e no final do livro ainda temos ilustrações feita por artistas brasileiros, destacando suas cenas preferidas.

Realmente é um trabalho que parece ser de fã para fã.

Falando agora da história do livro, jÔ temos aqui um problema. Eu não consigo chamar normalmente ele de livro. Parece muito mais um conto, a história é bem curtinha e objetiva mesmo.

Ao longo de 12 meses vão acontecendo mortes estranhas na cidade, cada mês é um capitulo e cada capitulo tem poucas pÔginas, cerca de duas a quatro. Chegando no último mês o mistério é revelado (acho que o próprio título do livro jÔ revela quem anda matando todo mundo, mas não vou falar pra não ferir os sentimentos de ninguém rs).

O que mais me agradou no livro, foi o protagonista. Temos uma crianƧa cadeirante resolvendo os problemas que os outros nĆ£o tinham coragem para resolver. Pode parecer estranho, mas leia e vocĆŖ vai ver que o menino nĆ£o tem a “forƧa do protagonismo”, ele só usa de sua inocĆŖncia e seus medos infantis para tentar resolver e proteger aqueles que ele ama. As descriƧƵes grĆ”ficas de algumas mortes tambĆ©m sĆ£o de criar arrepios desconfortĆ”veis de alegria. Um prato cheio para quem curte.

Não temos personagens tão bem definidos, mas temos aquelas apresentações de pessoas podres, coisa clÔssica do King, por exemplo um marido que bate na mulher sem ter um porquê.

Por ser uma história pequena, ela nĆ£o te fascina nem te desaponta, ela fica na margem do “OK, legal”! Se tratando do SK, sabemos que o OK jĆ” Ć© bem acima da mĆ©dia geral.

Leia, conheça o jovem Marty e veja se você consegue descobrir quem estÔ por traz de A hora do Lobisomem. (ok... o segredo nem é mantido por tanto tempo, mas vai lÔ descobrir kkkk).

A Hora do Lobisomem - Stephen King
Nota: 8/10



terƧa-feira, 10 de outubro de 2017



Como jĆ” tinha ouvido falar sobre o trabalho do Junji Ito, eu meio que jĆ” estava preparado pro que viria. Pelo menos era o que eu achava.

O trabalho de Junji Ito é algo ímpar, não é à toa que o mesmo é um dos mais famosos mangakas de terror no Japão. Com um traço maneiríssimo e detalhes inesperados, o artista consegue apresentar uma obra grotesca, escatológica e bizarramente bela.

Ɖ difĆ­cil falar muito sem dar spoiler, jĆ” que se trata de um conjunto de pequenas e curtas historias, mas destaco 3 delas que realmente mexeram comigo, cada uma a seu ponto:

  • Gola role vermelha – Uma história bem bizarra e sensacional. 
  • Salve Adeus - Rola um drama que eu nĆ£o esperava, de verdade, Ć© de uma beleza incrĆ­vel, o Ćŗnico que nĆ£o Ć© de terror mesmo. Traz reflexƵes inesperadas!
  • A Mulher que sussurrava - A Ćŗltima história fecha com chave de ouro, bizarra e reflexiva, muito boa mesmo!

Espere historias recheadas de ironia, horror, criticas, escatologia e atƩ beleza.

Ressalto também a beleza dos detalhes em verniz transparente na capa, é de um cuidado realmente especial. Quando peguei o livro em mãos, na livraria, não tinha reparado por causa do plÔstico, mas ao pegar na mão e reparar o cuidado com que a capa foi feita, é algo sensacional.

Fragmentos do Horror nos apresenta diversas histórias interessantes e inteligentes, com muito do horror japonês (que é bem diferente do nosso). Preparo o leitor para o choque, as ilustrações são feitas pra isso, mas acredite, essa é a maior beleza da obra!

Fragmentos do Horror - Junji Ito
Nota: 9/10


Eu confesso não ser grande fã de livros de autoajuda. Normalmente eles me entediam mais do que me ajudam a refletir. Como jÔ assisti algumas palestras do autor e gostei, fiquei curioso para saber como eram os livros dele então decidi arriscar.

Acho que serei breve pois infelizmente não tenho coisas boas a falar. Tentarei ser justo ao mÔximo, principalmente comigo, uma vez que investi tempo e dinheiro em tal material.

A proposta do livro é trazer à luz, reflexões de atitudes do âmbito profissional, com o objetivo de fazer o mesmo refletir sobre suas motivações a respeito de sua vida/emprego.

Para mim, pelo menos, não funcionou. Achei o livro extremamente raso, com histórias que mais pareciam uma leve tendência a uma absorção de ideologia política do que de fato uma reflexão. Se você, assim como eu, procurava o Cortella das palestras, não irÔ encontra-lo aqui.

Dos 20 capítulos acho que apenas uns 2 me trouxeram algo de útil onde eu realmente pude pensar um pouco, o resto era uma mistura de influencias ideológicas com acontecimentos baseados na opinião do autor.

Podem dizer que eu que não sou inteligente o suficiente para captar a essência, o que pode até ser verdade, porém, inteligente ou não, sei que não foi uma experiencia útil.

Outro ponto negativo é a diagramação do livro. Com uma fonte excessivamente grande e um texto que parece só ocupar metade da folha, o livro acaba tendo um tamanho final maior que o necessÔrio, fiquei realmente sem entender o porquê dessa opção editorial.
Seria para atingir um público com algum problema de visão?
Seria uma justificativa para poder elevar um pouco o preƧo?


NĆ£o saberemos, mas nĆ£o recomendo, darei outra chance ao autor em outra obra, mas saibam que pelo menos essa aqui, eu nĆ£o indico. 

Por que Fazemos o que Fazemos? - Mario SƩrgio Cortella
Nota: 4/10

segunda-feira, 9 de outubro de 2017


Quando gosto de um livro, tendo a ficar falando sobre ele o tempo todo, indicando a leitura as pessoas mais próximas de mim, postando fotos de trechos que acho muito interessantes e etc. Quem me acompanha, sabe que vira e meche eu publico algo do tipo. Esse livro bateu recorde desse tipo de coisa. EstÔ sem dúvidas, entre as melhores leituras do ano.

Lembro de estar conversando com amigos sobre as altas ‘viajadas’ que eu dava refletindo sobre as coisas apresentadas no livro. O autor Ć© um filosofo entĆ£o se prepare para vĆ”rias reflexƵes, foram vĆ”rias coisas que eu refleti quando largava o livro. Foi mais que uma simples leitura, foi uma “experiencia”.

JÔ posso adiantar que tudo que eu falar talvez não faça jus a tão recompensadora experiencia que tive. Tudo bem, não sou nenhum expert, gosto apenas de colocar minhas impressões sobre as coisas que leio, mas se posso dar um conselho este seria: Leia este livro.

Não recomendo ele apenas para os fãs de ficção cientifica não. Leia independente do gênero que você mais goste, acredite, ele vai te surpreender.

O livro nos conta a história de um Planeta, criado por um Deus ainda jovem e inexperiente, que comete erros, mas que tenta fazer um local perfeito, onde nada possa dar errado. Esse planeta funciona quase que de forma completamente inversa ao que estamos acostumados. Nele a luz Ć© sempiterna, existem 6 sóis banhando as pessoas de luz o tempo inteiro. Os seres sĆ£o fisicamente diferentes e desconhecem vĆ”rios conceitos que pra nós Ć© tĆ£o normal, como dor, sono, dormir, privacidade e etc. AliĆ”s, por serem todos telepatas, eles vivem numa ‘rede’ mental dividindo todos os seus pensamentos, a privacidade nĆ£o existe e aos que tentam Ć© considerado um crime. Junte tudo isso e pense: Onde só hĆ” luz, Ć© possĆ­vel nos fazer mal a escuridĆ£o?

Tenho certeza que esse pequeno paragrafo deve ter despertado pelo menos a curiosidade em você, não se faça de rogado, vÔ e leia também!

Com uma narrativa muito bem conduzida, de leitura fluida e fÔcil o autor vai te apresentado a esse universo completamente novo, tudo ali é novo para o leitor, novo, porém familiar. As comparações são fÔceis e o leitor não se pega perdido, mas sim encantado com aquela estrutura, foi assim comigo.

Ɖ fĆ”cil se pegar pensando coisas do tipo: O Ć© mais importante: o bem-estar pessoal ou coletivo? AtĆ© que ponto os questionamentos sĆ£o vĆ”lidos? Qual a melhor forma de organizar uma sociedade? Viver de forma completamente coletiva Ć© viĆ”vel?

O livro ainda termina com um final sensacional, os últimos capítulos são de uma intensidade e riquezas incríveis, acho que era quase possível ver o meu cérebro derretendo e escorrendo rs.