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Um pouco da minha maluquice, com um pouco disso aĆ­ mesmo.

terƧa-feira, 14 de abril de 2020

Sinopse Oficial:
No meio da noite, em uma casa no subúrbio de Minneapolis, um grupo de invasores assassina os pais de Luke e sequestra silenciosamente o menino de doze anos. A operação leva menos de dois minutos.
Quando Luke acorda, ele estÔ no Instituto, em um quarto que parece muito o dele, exceto pelo fato de que não tem janela. E do lado de fora tem outras portas, e atrÔs delas, outras crianças com talentos especiais, que chegaram àquele lugar do mesmo jeito que Luke. O grupo formado por ele, Kalisha, Nick, George, Iris e o caçula, Avery Dixon, de apenas dez anos, estÔ na Parte da Frente. Outros jovens, Luke descobre, foram levados para a Parte de TrÔs e nunca mais vistos.
Nessa instituição sinistra, a equipe se dedica impiedosamente a extrair dessas crianças toda a força de seus poderes paranormais. Não existem escrúpulos. Conforme cada nova vítima vai desaparecendo para a Parte de TrÔs, Luke fica mais e mais desesperado para escapar e procurar ajuda. Mas até hoje ninguém nunca conseguiu fugir do Instituto.
Tão aterrorizante quanto A incendiÔria e tão espetacular quando It: a Coisa, este novo livro de Stephen King mostra um mundo onde o bem nem sempre vence o mal.

Finalizado mais um livro do mestre, e o que dizer...?

Bem, este não é um livro comum do velho King. Não, não hÔ terror nele, por mais que as pessoas pareçam querer enfiar terror em tudo que ele escreve.
Esse livro Ć© um suspense... um suspense bem light por assim dizer. Mistura um pouco de It (adolescentes lutando) com um pouco de Carrie e umas pitadas de Harlan Coben.

Quem jÔ leu UBIK do Phillip K Dick vai encontrar algumas referencias aqui também, pena que só no final.

Não é um livro ruim, mas não é tão bom quanto esperava e olha que aqui vemos um King bem mais polido e menos arrastado, parece que o velho estevão rei aprendeu a ir mais direto ao ponto.

Ainda temos a mÔgica que o consagrou ao lugar de mestre, pois os personagens são em grande parte deliciosos. Eu costumo dizer que Stephen King escreve histórias de algum amigo seu. São pessoas (quase?) reais por mais absurdo que possa parecer.

O livro trata de crianças com poderes paranormais trancafiadas em um instituto no meio do nada onde são psicologicamente abusadas a exaustão, até que um deles, um baita de um moleque inteligente consegue escapar. E aí é que barata voa e a história se desembola.

Prova de que o Velho King ganhou um coração e aprendeu a fazer meus olhos arderem...
PS: Eu gostei mais da história do Tim do que do resto do livro rs.

Um Spoiler de leve:
Ɖ a velha história do fim justificam os meios. Voltar no tempo e matar o bebĆŖ Hitler faz de vocĆŖ uma boa pessoa? Sim? MEU DEUS CARA VOCE TERIA CORAGEM DE MATAR UMA CRIANƇA INDEFESA? QUE MONSTRO Ɖ VOCÊ?

Enfim, é uma leitura morna que mescla ritmos, hora bem alucinante, hora mais parado, não me agradou tanto, mas é longe de ser ruim, de verdade. Apesar da falta de empolgação, ainda é um livro do mestre, e fã dele como sou, é mais uma obra melhor que muito best seller por aí. Vale a leitura, mas se você não quiser arriscar, o Sr. King tem sim, obras melhores.

O Instituto - Stephen King
Nota: 7,5/10

sexta-feira, 28 de dezembro de 2018


Sinopse Oficial:
O ano é 401 a.C.. Ciro, o Jovem, contrata um exército de mercenÔrios gregos para punir um sÔtrapa rebelde, mas secretamente deseja derrubar do trono do Império Persa seu irmão Ataxerxes. Entre os soldados gregos um jovem espartano tenta provar seu valor em meio a combates sangrentos, em seu interior outra luta se desenrola entre o amor de duas mulheres. Amor, honra, lealdade, coragem, podem tais valores sobreviverem à uma guerra? Ficção e fatos históricos se mesclam para criar uma obra única.

Encerrando com a última leitura concluída do ano e a última resenha também.
Depois da surpresa da última leitura resolvi dar uma chance a outra obra nacional, que me foi recomendada e falo um pouco dele mais abaixo. Conclui sua leitura em três dias e me pegava esperando ter oportunidade para ler mais um pouco. De fato a história me cativou.
O livro conta a história de Perseu, um Espartano que entra no exército para uma missão mercenÔria a serviço de Ciro.
A obra trabalha bem a formação dos soldados, mostrando de forma muito interessante como eram os campos de concentração Espartanos e como os homens eram entregues ainda crianças em poder do Estado e onde sua única função era se tornar um soldado. Todo o sofrimento e crueldade que as crianças passam para se tornarem soldados corajosos no futuro são muito bem mostrados.
As cenas de batalha sĆ£o interessantes. Ɖ óbvio que por ser um amante de Cornwell, Ć© quase impossĆ­vel nĆ£o comparar. Sendo sincero a qualidade nĆ£o se compara, mas sĆ£o interessantes. Contam tambĆ©m com um problema que falo mais abaixo.
Os personagens tambĆ©m sĆ£o bem desenvolvidos e cativantes. Ɖ fĆ”cil se pegar torcendo por Perseu ou seus irmĆ£os de guerra.
As notas de rodapé são excelentes e muito explicativas, elas complementam a leitura para aqueles que tem poucos conhecimentos dos deuses e da religião da antiga Grécia.
O livro acompanha Perseu da infância até a luta na Pérsia contra Ataxerxes, o rei Persa. Não, não é spoiler pois se trata de uma obra que acompanha a história rs.

Porém, nem tudo são flores e deixo aqui os pontos negativos que achei.
Infelizmente o maior defeito do livro Ć© que ele Ć© excessivamente repetitivo em diversos pontos. Seja nas descriƧƵes, diĆ”logos, adjetivos ou atĆ© nas cenas. por exemplo: AtĆ© certo ponto o livro segue muito bem, porĆ©m ao iniciar a marcha para a guerra segue sempre a mesma coisa. Anda-se um pouquinho e luta, anda mais um pouquinho e luta. Alguns capĆ­tulos nĆ£o tĆŖm absolutamente nada de relevante, Ć© apenas um ‘anda um pouquinho e luta’. Isso deixa o livro longo e cansativo de forma desnecessĆ”ria, principalmente porque depois de tantas as lutas acabam parecendo sempre ser a mesma coisa.
Achei que faltou uma história melhor definida também, o final é muito simples e corrido, não passa aquela sensação de obra encerrando, sabe? Sei que tem mais livros depois, mas ainda assim podia ter sido feito de uma forma melhor trabalhada.
A linguagem por vezes parece estar em desacordo com a época. Não sou nenhum especialista, mas algumas vezes me senti desconectado do mundo devido a forma de alguns personagens falarem.
Um outro ponto, que não chega bem a ser um defeito, mas é desnecessÔrio, é a quantidade de cenas de sexo. Voltando ao primeiro ponto, elas são bem repetitivas, principalmente as descrições de Perseu sobre Artemísia. Não vejo problemas com cenas de sexo, mas o livro é cheio delas e elas não acrescentam nada na história e nem são cenas bem escritas. São simplórias e, pasmem, repetitivas. VÔrias poderiam ter sido cortadas e algumas melhor trabalhadas.


Resumindo, acho que falta um trabalho editorial. Isso Ć© comum em obras independentes. As vezes um olhar fresco e desapegado emocionalmente da história pode fazer maravilhas por ela. Certeza que um editor mudaria algumas coisas e cortaria outras para dar mais dinamismo no livro. A repetição incomoda, e muito, depois de certo tempo.  Estou agora na metade do livro II e os pontos negativos aqui extrapolam deixando uma leitura repetitiva e extremamente cansativa, sem acontecimentos. Apesar de estar na metade, a história continua na fórmula ‘anda e luta um pouquinho’. A vontade de abandonar a leitura Ć© bem grande. Talvez parta para outra trilogia, que conta a história de ArtemĆ­sia para ver se esses pontos sĆ£o reduzidos.
Ɖ uma obra excelente. Um ótimo trabalho histórico que mescla bem pitadas de um romance com um pano de fundo histórico. Acho que os fĆ£s de Esparta vĆ£o adorar ver como era a vida naquele tempo.
Aproveite o primeiro volume pois aparentemente o segundo não começa bem.

A RETIRADA DOS DEZ MIL: LIVRO I - M.C. BIJALON 
Nota: 9/10





sexta-feira, 21 de dezembro de 2018


Esse foi um livro que me causou sentimentos conflitantes, porém interessantes. Finalizei sua leitura em apenas três dias. Pra mim é algo incomum que sou bem lento no ritmo de leitura.

Gostei da obra, principalmente da sua complexidade e originalidade. O autor, um premiado escritor de ficção cientifica nacional, executa mais um bom trabalho, tratando questões como preconceitos, privacidade, guerras e mais.

Octopusgarden acredito que possa ser considerada uma space-opera, mas não só isso jÔ que o livro se passa menos no espaço e mais no planeta dos Dolfinos (descendentes dos golfinhos, promovidos a espécie racional pelos humanos).
O livro gira em torno desses e da nave humana que faz inspeções periódicas ao planeta Bluegarden, cedido a seus pupilos. As coisas se complicam quando uma raça desconhecida é encontrada no planeta dos Dolfinos e isso abala toda a vida no planeta.

Porém, não posso negar que alguns problemas me afastaram da leitura perfeita. Cito os abaixo.
  • ·        A capa e a sinopse do livro sĆ£o desleais com seu conteĆŗdo. Desde a psicodelia das cores atĆ© a sinopse e a citação de ser um romance erótico, nĆ£o fazem jus a história, jĆ” que nada disso Ć© entregue dessa forma. O livro conta com umas 3 cenas de sexo e as mesmas sĆ£o bem curtas e sucintas. Apesar de achar que elas simplesmente nĆ£o sĆ£o necessĆ”rias, pois nĆ£o alteram nem enriquecem a história, ainda assim sĆ£o tĆ£o curtas que sua existĆŖncia em nada prejudica o livro e sĆ£o cenas interessantes valorizando o prazer feminino.
  • ·        O autor falha um pouco nas discriƧƵes fĆ­sicas de seus personagens. Tirando um ou outro humano, o que facilita por jĆ” termos o formato na mente, a maioria eu nĆ£o consegui imaginar. Queria ter entendido melhor como eram as espĆ©cies alienĆ­genas. NĆ£o que isso seja um problema absurdo, mas vale salientar.
  • ·        O livro Ć© mal dividido, talvez seja erro editorial ou de diagramação, mas ele podia ser melhor separado; faltam indicaƧƵes de que terminou uma parte ou um arco e se iniciou outro. Como o ritmo Ć© muito Ć”gil, Ć© comum vocĆŖ estar lendo sobre uma coisa e na pĆ”gina seguinte jĆ” serem outros personagens em outro lugar e outro espaƧo-tempo. Essas quebras bruscas na narrativa nĆ£o eram representadas nas pĆ”ginas, e acabam incomodando, pois te deixa perdido na leitura. Isso foi algo que me incomodou bastante.
  • ·        Falta um PUNCH no enredo. Falta plot mesmo. A história promete muita coisa, mas nĆ£o entrega, e quando entrega Ć© feito de forma desleixada. As explicaƧƵes sĆ£o muito diretas e muito simples, sem CLƍMAX. Criam-se os suspenses e as curiosidades, mas nĆ£o as soluƧƵes. Muitas pontas ficam abertas e sĆ£o simplesmente abandonadas. A história do romance Ć© quase como que um acompanhamento da vida de alguns personagens, só que sem acontecimentos muito pertinentes.
  • ·        O final do livro tambĆ©m deixou a desejar, justamente pelas faltas de marcaƧƵes. O livro simplesmente termina sem responder nada e na pĆ”gina seguinte jĆ” se inicia o material extra, que Ć© um conto do autor (nesse mesmo universo). Isso me frustrou demais. Eu estava esperando a conclusĆ£o do livro e ela simplesmente nĆ£o chega. Ele nĆ£o entrega as coisas que promete dentro da história. Fala-se sobre um mega combustĆ­vel, mas nĆ£o se explica nada. Inicia-se uma guerra, mas ela Ć© resolvida de uma pĆ”gina pra outra. Personagem A tem um ataque de fĆŗria, mas de um parĆ”grafo pra outro jĆ” se passaram dĆ©cadas. Ɖ algo bem frustrante!
  • ·        O pecado maior do livro talvez seja esse. Por se tratar de uma prequel, talvez respostas sejam dadas no outro volume, porĆ©m muita coisa fica aberta e acredito que nĆ£o faƧa parte do universo do próximo volume (publicado anterior a este). Uma pena!
Apesar das falhas e duras críticas, o livro me ganhou. A escrita do autor é muito boa, muito sagaz. O ritmo do livro é bem intenso e cheio de coisas novas o tempo todo. A originalidade também é ponto muito positivo, principalmente por um gênero não muito comum de se ver autoria nacional. O livro conta também com personagens interessantes e muito bem trabalhados. A PennyLane é simplesmente incrível!
NĆ£o espere plottwists, respostas ou discussƵes mega filosóficas. Ɖ uma spaceopera mas Ć© tambĆ©m uma história simples sobre a vida dos protagonistas, sem muitos acontecimentos fora do comum. DĆŖ uma chance e conheƧa novas espĆ©cies desse mundo novo e veja humanos de uma forma nada convencional.
E o conto A filha do Predador é genial, um ótimo conto de Ficção Cientifica!

Octopusgarden - Gerson Lodi-Ribeiro
Nota: 8/10


quarta-feira, 7 de novembro de 2018


Finalizei o primeiro volume dessa coletânea com um sentimento (jÔ esperado) de desapontamento.
O livro é uma coletânea de contos com temas nos demÓnios da Goécia.
Vale ressaltar que nem todos os demÓnios são citados aqui e os contos são todos independentes.

Por ser uma antologia, eu jÔ esperava uma qualidade variada, o que me espantou foi a discrepância tao grande.

Por defeitos editoriais temos de forma notÔvel uma sofrível falta de revisão. Eu teria vergonha de ser chamado de revisor desse projeto. A quantidade de erros de português e de digitação é assustadora.

Outra coisa que me assustou foram as biografias dos autores dos contos. Algumas biografas exaltavam de tamanha forma o autor que vocĆŖ esperaria uma obra excelente. Triste surpresa. 
Geralmente as biografias mais chamativas escondiam os piores (e com mais clichĆŖs) textos.

Ponto positivƭssimo para a qualidade grƔfica. IlustraƧƵes lindas, texto escuro (e forte) e uma borda nas pƔginas de fazer inveja em muita obra de editora grande por aƭ.

Contando com alguns poucos contos interessantes, o restante varia do mƩdio ao pƩssimo.

Do total dos 22 contos, gostei mesmo mesmo apenas de 3.
Os que mais me agradaram foram:

Obscurus – JĆ©ssica Milato
Abra os olhos – JR Valadares
As trĆŖs virtudes da Luxuria – Jefter Haad

Resumindo, é sempre uma pena pagar por um produto e só apreciar uma pequena parte dele. As ilustrações salvam grande parte do projeto, mas as histórias muitas vezes muito curtas e com excesso de clichês estragam o restante.

Espero que o 2 volume seja melhor.

Daemonum Sigillum: As crƓnicas da GoƩcia - Livro 1
Nota: 5/10

quarta-feira, 10 de outubro de 2018



Mais um livro retratando contos de fadas em suas versões originais. Esse volume dÔ sequencia a contos de fadas Celtas e diz focar mais nos heróis masculinos.

Mantendo a qualidade do volume anterior, temos alguns contos melhores que outros, sem dĆŗvidas.

Meus preferidos foram:
Uma lenda de Knockmany
O pretendente de Olwen
Jack e seus camaradas
O cavaleiro dos Enigmas.


Ɖ interessante ver quĆ£o diferente Ć© a história original para a que se difundiu entre o pĆŗblico infantil. Mesmo nĆ£o conhecendo nenhum desses aqui, Ć© possĆ­vel notar alguma semelhanƧa com as histórias contadas pelos mais velhos em nossa infĆ¢ncia.
Algumas tem valores, outras apenas diversão, mas num geral, clÔssico é clÔssico e vale ser conhecido.

Heróis muito espertos - Joseph Jacobs
Nota: 8/10
Sem paciĆŖncia e muito saco para escrever algo mais elaborado tentarei ser bem sucinto.


Conan é um personagem marcante na história mundial. Negar sua fama se torna cada vez mais impossível, assim como negar a qualidade de seu gênero.
Um apaixonado por RPG feito eu, jÔ esbarrou com diversos tipos de histórias da Espada & Feitiçaria, e Conan sem dúvidas influenciou muito isso.

Como disse, eu jĆ” sabia o que esperar. Robert Howard Ć© um gĆŖnio, mas sua curva narrativa Ć© algo que sempre me incomodou.
As histórias de Conan sempre seguem uma curva muito lenta no início, demoram para alavancar, tem um Ôpice muito corrido e um final sempre muito abrupto.
Um detalhe me incomodou bastante na tradução. Apesar de excelente em questão de texto, não converter unidades de medidas americanas para o sistema internacional me soa um pouco preguiçoso.


Meus contos preferidos foram A Torre do Elefante e Deus na Urna, esse Ćŗltimo rejeitado pelos editores. Vai ver o estranho sou eu mesmo.

Graficamente falando o livro Ʃ impecƔvel.

Acho que vale a pena demais dar uma chance ao BÔrbaro da Ciméria. HÔ uma grande chance de você perceber que ele é de longe muito mais que apenas um bombado de tanga.

Conan: O BƔrbaro, Vol. 1 - Robert E.Howard
Nota: 7/10


Sem paciĆŖncia e muito saco para escrever algo mais elaborado tentarei ser bem sucinto.

Achei um livro incrível. Um Terror (TERROR mesmo, não horror) psicológico de altíssima qualidade.

Ɖ um livro com uma linguagem meio estranha, bem diferente do usual. Por jĆ” ter lido outro livro da autora eu sabia que seria algo meio incomum mesmo, mas quem nĆ£o conhece Ć© bom saber.

A premissa Ʃ bem comum, seja pq o livro inspirou outras obras ou outras obras inspiraram o livro, mas Ʃ a clƔssica: Um grupo vai em uma casa assombrada investigar fenƓmenos paranormais.
O problema comeƧa quando um dos personagens comeƧa a se envolver demais, daƭ a loucura comeƧa.

A autora deixa TUDO subentendido. Nada Ć© explĆ­cito. Ɖ difĆ­cil saber se a porta bateu por causa de um fantasma ou se foi o vento. Algumas cenas nĆ£o se sabe se Ć© imaginação ou lembranƧa.

Toda essa mistura cria uma ansiedade constante, o que leva o leitor a buscar respostas.
Nem todas virão, outras ficarão a cargo do leitor concluir.

O livro nĆ£o foca em sustos ou coisas grotescas, o foco Ć© a ansiedade, Ć© a pulga atrĆ”s da orelha, Ć© aquele “SerĆ”...?” que perdura na mente no final do parĆ”grafo.

Como pontos negativos eu cito a linguagem um pouco confusa. A tradução é excelente, a autora que tem uma escrita um pouco confusa as vezes mesmo.

Outra coisa que particularmente odeio, é o estilo americana que utiliza aspas no diÔlogo, muitas vezes no mesmo parÔgrafo. Gosto da forma que fazemos, parÔgrafos separados e com o uso do travessão, uma pena a editora optar por isso.

Resumindo: IncrĆ­vel... Assustadoramente IncrĆ­vel!

A Assombração da Casa da Colina - Shirley Jackson
Nota: 9/10



segunda-feira, 17 de setembro de 2018


Livro bonito, bem feito, ilustrado, colorido e ainda baratinho. Nem parece coisa da Martin Claret.

O livro traz uma seleção de 8 contos de fadas Celtas.

Leitura rÔpida e agradÔvel com lindas artes internas. Fiquei realmente surpreso com essa edição, tudo muito caprichado.

Apesar de o título e a sinopse dizerem que são histórias de princesas, nem todos os contos giram em torno delas, alguns elas mal aparecem.

Meus contos preferidos foram os abaixo, mas não achei nenhum ruim:
CabeƧa-Pequena e os filhos do rei,
Guleesh,
O pastor de Myddvai,
Connla e a donzela encantada,

Como um bom conto de fadas, temos de tudo aqui. Não são versões infantilizadas da Disney, mas são bem fantasiosas. Temos bigamia, assassinatos, mortes, invejas e tudo mais.

Gostei mais do que imaginei que iria. Os contos originais passam aquela sensação de infĆ¢ncia ao mesmo tempo em que vocĆŖ estĆ” lendo sobre algo bem adulto (e errado, nos dias de hoje). Ɖ uma sensação bem interessante, recomendo que todos experimentem.

Princesas e Damas Encantadas: Contos de Fadas Celtas - Joseph Jacobs
Nota: 9/10

sexta-feira, 14 de setembro de 2018


Vi em algum lugar dizer que o livro Ć© um YA, talvez por isso ele seja assim.

Ele Ć© Ć”gil, o protagonista Ć© um ‘herói’ e a história nĆ£o perde tempo. AtĆ© que faz sentido se pensar na juventude de hoje.
Ressalto que até acho ela bem madura em relação a seus temas para os que normalmente são tratados em obras YA.

Acho também que o fato de ser declaradamente uma YA justifica o fato das personalidades dos personagens se alterarem com tanta frequência e de todo mundo ser impulsivo demais. Isso cria identificação com o adolescente. O mundo dele é basicamente isso. JÔ foi o meu e jÔ foi o seu também.

A história gira em torno de um jovem príncipe que iria se tornar tipo um padre, faltava pouco para ser aceito na seita e da noite para o dia descobre que é o novo rei. Ele que jamais esperou por isso jÔ que não estava na linha de sucessão, é pego de surpresa e rapidamente é levado a assumir seu trono.
Uma traição ocorre e ele quase é morto. Agora, querendo se vingar, vai fazer de tudo para que paguem.

O plot parte daƭ e vai girar em torno dessa vinganƧa. AtƩ aƭ nada muito novo, certo?

Mais ou menos. Apesar da premissa jÔ conhecida, o autor consegue inserir diversos plot twists sem perder a mão. Mesmo não sendo nada derretedor de mentes ainda é uma alternada inesperada no caminho o que dÔ bastante agilidade a narrativa.

Alias, esse livro nĆ£o conhece freio. Ɖ quase que um livro-filme de ação.

O autor não perde tempo desenvolvendo seus personagens, talvez o que disse mais acima justifique isso, talvez não. Nem o protagonista achei bem trabalhado, muitas vezes ele é só chato, como um bom adolescente que se preze.

Algumas coisas achei Deus Ex Machina demais também, tudo bem que é fantasia e tudo mais, mas ainda assim algumas vezes parecia um conto de fadas mais que uma fantasia. (tem diferença? Fica aí a reflexão pra vc pq pra mim não interessa)

Resumindo: Ć© um livro interessante, principalmente se vc ler sem se preocupar muito, algo leve e rĆ”pido só pra distrair. Ɖ importante tambĆ©m saber que vocĆŖ talvez nĆ£o seja o publico alvo. No mais, se vocĆŖ gostar de historias rĆ”pidas e frenĆ©ticas, quase um roteiro de Transformers, acho que vocĆŖ tem tudo pra apreciar. O livro Ć© bom e divertido. Tem diversas frases de efeito e um mundo com uma guerra prestes a acontecer.

Divirta-se.

Meio Rei - Joe Abercrombie
Nota: 8/10

terƧa-feira, 4 de setembro de 2018



Bem, vou escrever minhas impressƵes da trilogia toda por motivos de preguiƧa mesmo.

A trilogia de Cornwell sobre Artur é talvez a mais próxima do que teria sido a vida naquele período histórico. Esqueça magias, espadas na pedra, tÔvola redonda e todo o resto. Aqui é um romance histórico, com muita intriga, jogo político, sangue, crueldade, paganismo e o Ôcido humor britânico.

De forma bem direta, os 3 livros mostram muito bem a curva de ascensão e decadência de Artur, no que seria um belo semiciclo de uma senoide.

O Rei do Inverno – Sua ascensĆ£o tanto em importĆ¢ncia quanto em presenƧa na história.
O Inimigo de Deus – Onde ele finca o pĆ© e vemos mais dele, tanto seu lado chato quanto bom e tambĆ©m as armadilhas que o destino, que Ć© sempre inexorĆ”vel, pƵe em seu caminho.
Excalibur – A decadĆŖncia tanto da pessoa quanto da história, que ruma para seu fim.

Preciso admitir que Cornwell Ć© o tipo de leitura em que vocĆŖ precisa estar na ‘vibe’ dela, pois ela nĆ£o se preocupa em fazer o contrĆ”rio. HĆ” um tempo atrĆ”s, eu abandonei a leitura por esse motivo.

O inicio de O rei do inverno é bem lento e pouco coisa acontece. As pessoas que você quer ver não aparecem e ainda é muito cedo para a intriga funcionar. Esse fato me fez largar. Tempos depois, peguei para reler e rapidamente entrei na mesma frequência, de lÔ pra cÔ eu não consegui largar a história até o seu fim.


No livro 1, começamos a conhecer personagens sensacionais e vemos como nas escolhas podem desgraçar todo um reino. A principio é bem estranho ver personagens jÔ tão clÔssicos na nossa cultura fantÔstica serem retratados de forma tão diferente, mas Cornwell sabe o que faz e todos eles seguem reais e próprios. O que gosto nas histórias dele é de que os personagens são fieis as suas personalidades, eles não mudam pela vontade do roteiro, mas seguem aquela linha definida e são todos muito bem descritos.

No livro 2, vemos esses personagens jÔ mais maduros e endurecidos (mas não velhos) e é onde a história ganha seu Ôpice. O ritmo que vinha crescendo da metade do primeiro livro pega ainda mais embalo e temos o melhor e mais frenético livro da saga. As batalhas que jÔ eram sensacionais ficam melhores, as intrigas mais perigosas, os romances mais arrebatadores e as merdas... ah... essas ficam ainda mais fedidas. Sangue e desgraça parece que espreita cada capítulo.

No livro 3, a história ruma para o fim mas infelizmente pega uma ladeira e vai meio que sem freio. O livro não é ruim, longe disso, mas o ritmo se perde completamente. Temos montes de pÔginas de história que não avançam em nada, temos batalhas demais o que deixa até cansativo de certa forma, tendo em vista os últimos 2 livros e até as intrigas se perdem.
No ultimo terço, o livro até se embala com a revelação de um mistério e um leve plottwist, mas nas pÔginas finais ele decepciona.


O final não é ruim, mas as pÔginas finais sim. Entendem? Uma pena, pois depois de um livro tão bom quanto o 2, o encerramento deixa a desejar.

Recomendo demais a leitura, foi uma das melhores coisas que li nos últimos tempos, não Ô toa é tão recomendado por tantas pessoas.
Prepare o estomago para as batalhas, prepare a mente para entender melhor como era uma vida medieval e prepare sua fé para ter as bases do cristianismo balançadas. Não conheço ninguém que se arrependeu de ler essa série, tenho certeza que não conhecerei também.

Notas:
O Rei do Inverno – 9/10
O Inimigo de Deus – 10/10
Excalibur – 8/10

quinta-feira, 16 de agosto de 2018


Terminei de ler esse livro jÔ tem quase um mês e tinha esquecido de escrever minhas impressões sobre ele. Porém, como dizem os antigos, antes tarde de que mais tarde.

Essa coletânea de contos, até onde sei exclusiva do povo brasileiro, é uma genial sacada da editora que reúne os contos mais famosos que inspiraram filmes.

A qualidade da escrita de PKD Ʃ algo a parte. Ɓcido, direto e certeiro nos pontos que deseja abordar, o velho Phillip raramente decepciona.

De todos os contos só 1 que nĆ£o me agradou muito, falarei um pouco de cada mais abaixo. 

Recomendo assistirem aos filmes antes dos contos, pois terão a mesma sensação que eu tive, que é a de ver como 20 ou 30 pÔginas conseguem entreter melhor que 2 horas de Ôudio visual rs.

Lembramos para você a preço de atacado
Conta a história de uma empresa que consegue inserir memórias 'falsas' nas pessoas mediante pagamento. A reflexĆ£o maior Ć© tambĆ©m o slogan da empresa, que diz implantar a memória tĆ£o profunda que nenhum detalhe passa despercebido. Combinemos que dificilmente uma memória 'natural' se mantĆ©m intacta por muito tempo rs. 
Esse aqui foi meu conto preferido.

Impostor
Ɖ basicamente a história de um infiltrado que se torna uma cópia exata de outra pessoa. Minha reação inicial foi: “Esse conto Ć© maravilhosamente derretedor de mentes. Estou tendo orgasmos mentais." 
Passou um tempo e a sensação continuou rs.

Segunda variedade 
Ɖ um conto irritantemente incrĆ­vel. Conta uma história meio pós guerra onde a humanidade desenvolveu mĆ”quinas para caƧar seus inimigos. Ɖ a clĆ”ssica história onde as maquinas tomam contam e assumem o controle.
Ele te leva numa jornada clichĆŖ e nada surpreendente. Ɖ basicamente mais do mesmo atĆ© a Ćŗltima pĆ”gina, mas Ć© na Ćŗltima frase que o desgraƧado do PKD mostra o quĆ£o genial ele Ć©. O conto nunca foi sobre o que vocĆŖ acha que Ć©, e só terminando Ć© que vocĆŖ percebe. Malditos autores sensacionais kkkkk

O Pagamento 
Ɖ um conto interessante, Ć© um suspense melhor que muito thriller completo por aĆ­. Um homem que perde a memória descobre que seu ela do futuro lhe deixou vĆ”rias dicas para ele recobrar a memória.
O final é meio bleh mas é legal num geral. Gosto da escrita do PKD pq ela é direta e sem muita enrolação, principalmente nos contos.

Minority Report
Rapaz, Minority Report é um conto sensacional. De cair o cu da bunda, como dizem por aqui. Adaptado pro cinema pelo Spielberg, jÔ dÔ pra saber que ele não iria colocar a mão em coisa ruim.
A história gira em torno de uma tecnologia criada para prever crimes. Com isso em mãos, a segurança consegue agir antes que o mesmo aconteça, o que traz a reflexão: Um crime que ainda não foi cometido, pode ser considerado crime? Pensar em fazer algo, é o mesmo que fazer?
Maldito nƩ? kkkkkk

Equipe de ajuste e O Homem Dourado
SĆ£o os Ćŗnicos contos que nĆ£o gostei. Eles nĆ£o sĆ£o ruins, só achei meio raso demais. Comparado aos outros Ć© bem fraco. 
A primeira Ć© a história Ć© sobre um homem que percebe a ‘matrix’ e tenta fugir de ser derrubado pelo sistema. Quem desperta merece ser aliado ou eliminado?
O segundo é sobre uma criatura que supostamente é a evolução do ser humano.

Realidades Adaptadas - Philip K. Dick
Nota: 9,5/10