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Um pouco da minha maluquice, com um pouco disso aĆ­ mesmo.

domingo, 25 de fevereiro de 2018

Bom, vou tentar falar pouco (não sei se consigo) jÔ que infelizmente eu não tenho nada de bom para falar deste livro.

Na verdade, tenho sim. Esse livro foi viabilizado via financiamento coletivo e a qualidade grƔfica dos extras e o capricho do autor com o envio dos itens Ʃ notƔvel. Desde o envelope atƩ o mapa, tudo muito bem cuidado. O autor informava aos apoiadores semanalmente dos status. Um carinho singular. Pena isso ser tudo de bom...

O livro conta a historia de Douglas, um poeta que desiste de sua arte e para de escrever. Ao encontrar um PÔssaro da morte (aquele que conduz as almas até seu fim), o mesmo lhe informa que ele sofre de uma maldição: O poder de tornar suas poesias verdade. O poeta então entra em uma busca atrÔs da personificação de seu poema, a bailarina Safira, junto de Anatole (o pÔssaro) que perdeu seu réquiem, eles entram em uma aventura atrÔs de seus desejos.

Eu queria poder dizer que o mundo Ć© mal desenvolvido, mas nem isso posso. Ele NEM Ć© desenvolvido. O texto do posfĆ”cio menciona isso “a um mundo sombrio e a um tempo que pode ser um passado distante ou um futuro distópico, no qual velho oeste dĆ” lugar a hospĆ­cios onĆ­ricos, dirigĆ­veis aĆ©reos sobrevoam circos decadentistas e feiticeiras danƧam com tigres blakeanos.”. Isso Ć© complicado pois pode ser uma escolha do autor. Ok, direito de quem escreve, mas para mim nĆ£o funcionou. O próprio prefacio fala sobre as descriƧƵes, senti todas vazias e mal detalhadas. Infelizmente nĆ£o casou.

Falando do autor do prefÔcio. São tantos elogios a essa obra, mencionando que é uma das melhores leituras que ele jÔ teve. Muitos, muitos elogios mesmo... Obrigado, agora são dois autores de fora da minha lista.

Algo que vale ser mencionado Ʃ a linguagem do livro. Propositalmente escolhida pelo autor, o livro Ʃ cheio de frases elaboradas com um lƩxico distinto. O autor diz que a obra foi concebida para ser lida em voz alta. Aos amantes de poesia talvez esse fato agrade.

Outro problema são os personagens sem carisma algum e mal desenvolvidos. Se importar com qualquer um deles é um exercício de apego forçado, pois se depender de suas histórias...

Fantasia Sombria? NĆ£o consegui ver nem fantasia e nem nada de sombrio. Chamar algo de dark fantasy só pq um dos personagens Ć© a ‘morte’ (que nem isso Ć©) Ć© uma ofensa a toda obra dark fantasy, principalmente pq essa ‘morte’ parece um adolescente de franja ouvindo SimplePlan chorando no quarto, tamanho nĆ­vel de drama desnecessĆ”rio.
Claro que não sou o portador da denominação dos títulos, se você quiser chamar uma goiaba de Romance Histórico eu não posso lhe impedir, mas para mim essa obra aqui esta longe de ser um DarkFantasy. Nem dark, nem fantasy.

Ɖ quase um “50 tons de cinza” menos explĆ­cito, com mais romance e tĆ£o bom (sĆ©rio?) quanto.

Ɖ necessĆ”rio fazer um trabalho de cotejo de revisĆ£o, encontrei poucos, mas alguns erros de digitação, espaƧamento e principalmente pĆ”ginas faltando nĆŗmero.

O livro conta com algumas questões filosóficas até que interessantes, porém a leitura arrastada só me dava vontade de terminar logo, então admito que nem isso consegui absorver tanto.

A lição que me fica é: Vou parar de ler obras independentes nacionais. Sério. Vou gastar meu dinheiro com produtos mais bem trabalhados. Dei muita chance a vÔrios, mas pra mim deu por um tempo...
Quer incentivar? Vai na fé... Toda a sorte do mundo e espero que você tenha mais sucessos que eu.
Vou voltar para as obras editoriais porque pelo menos as chances são melhores.

Uma leitura sofrida e arrastada. Um ‘plot’ sem muita motivação e personagens fracos e mal desenvolvidos. Nem o ‘mistĆ©rio’ no final salva. O livro foi mal vendido. NĆ£o Ć© uma fantasia sombria. Funcionaria mais se fosse mais curto como um ensaio de filosofia, mas como literatura infelizmente a história nĆ£o decola.


O RƩquiem do PƔssaro da Morte - Andrio Santos
Nota: 2/10

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018



Apesar de ser um livro que eu conhecia jÔ a bastante tempo, sabia da história, faltava ainda pegar e ler de fato. Que pena que demorei tanto tempo para fazer isso.

Serei breve, falarei mais das sensações que me causou, pois acho que não sou capaz de falar muito dessa obra. Sendo sucinto...



Esse livro derreteu minha mente em muitos sentidos.
Eu entendo que nem todo mundo consiga ler esse livro. Acho que as pessoas não compreendem sua proposta. Ele é de fato lento, sem ritmo e até monótono muitas vezes. Aqui não tem ação, não tem romance, não tem diÔlogos profundos. Pelo menos não até metade ou até uns 60% do livro, aí sim, tudo muda.

O livro ganha ritmo, diÔlogos filosóficos e sua proposta é mais mastigada para o leitor. Isso não significa que o inicio seja ruim, ele apenas é mais sutil e ao terminar o livro você entende o porque de tal fato.



Todo o inicio do livro serve para ilustrar e nos apresentar como funciona a sociedade da Oceania e Ʃ graƧas a essa base que todos os discursos fazem sentido. Durante o inƭcio Ʃ fƔcil se chocar vendo como um poder totalitƔrio pode ser perigoso.

Ɖ impossĆ­vel nĆ£o se pegar refletindo com as conversas de Winston e O’Brien.
Um dos pontos altos são os textos do posfÔcio. A sensação é de que eles fecham de forma surpreendente a obra, tipo aquelas dicas finais no fim de uma longa aula de história.


Acho que sendo justo este livro teria duas notas, uma como literatura e outra como efeito pessoal.

Nota como Literatura: 7/10
Não é um livro fÔcil, seu inicio é bem complicado e alguns personagens são muito caricatos. O livro tem defeitos, mas isso não diminui tanto assim sua qualidade.

Nota para Importância reflexiva/filosófica: 10/10
Como um amigo costuma dizer: “1984 Ć© um livro que devia ser usado nas escolas para incitar o debate”. Concordo. Muito alĆ©m do que uma simples distopia, 1984 Ć© um aviso. Acredito que quem viu somente uma critica ao socialismo perdeu nĆ£o só outras criticas a outras ideologias, mas o mais importante que a obra tem a oferecer.

Ɖ um livro que se tornou atemporal e apesar de ser muito distante de nossa realidade atual, tomara que o aviso tenha funcionado, caso contrĆ”rio, nos vemos no “Quarto 101”.

terƧa-feira, 6 de fevereiro de 2018


Piquenique na Estrada é uma obra que trata do quão pequeno o ser humano pode ser, mesmo no alto de toda a sua arrogância. Livro rÔpido, curto, porém bem denso nas reflexões que ele propõe. Não terão naves voando, alienígenas cabeçudos e verdes e nem nada do gênero. A obra foca no ser humano e em sua mania de se achar melhor.

Uma coisa que eu gostei é que apesar de ser um efeito global eles se focam no micro. A história não pretende contar o que acontece em outro pais, nem mesmo outro estado, o foco é ali, aquela cidadezinha aquele bairro, aquelas pessoas...

Isso Ć© bem diferente do convencional, e para mim esse foi um grande ponto positivo. Nem sempre Ć© preciso salvar o mundo.

Pontos negativos:
  • Muitas coisas ficam em aberto (de proposito, os autores nĆ£o querem responder tudo), muitas mesmo, mas isso me incomoda um pouco. VĆ”rias coisas sĆ£o inseridas na história sem um motivo, pois elas aparecem aquela vez e pronto, nĆ£o faz sentido mais.
  • Achei que foi causado um “Hype” bem forƧado nesse livro. Foi meio que prometido algo que ele nĆ£o entrega (acho que nem almeja entregar). NĆ£o Ć© uma puta obra de FC, nĆ£o tem milhƵes de reflexƵes que derretem a mente. Ele Ć© atĆ© bem sucinto em sua proposta. Tem alguns (sĆ£o poucos de verdade) diĆ”logos interessantes e filosóficos, mas nada alĆ©m.
  • Falando em ser sucinto, o livro Ć© curto, porĆ©m a Aleph nĆ£o foi nada sucinta em sua diagramação. Mais uma vez temos um exemplar com longas margens em branco, fonte grande e pouco aproveitamento de papel. Ouso dizer que se fosse melhor formatado o livro perderia no mĆ­nimo umas 50 pĆ”ginas e consequentemente ficaria mais em conta, justamente se tratando de um livro mais curto.

A sacada do título é algo sensacional e que só fara sentido real para quem leu ou se envolveu com a obra, eu explico aqui, mas só depois de ler o livro é que vai dar aquele estalo na sua mente, acredite.

Um piquenique. Imagine uma estrada no interior, uma clareira na mata, perto da estrada. O carro sai da estrada. o carro sai da estrada e vai atĆ© a clareira. Abrem-se as portas, e sai uma turma de jovens. ComeƧam a tirar do porta-malas cestas com mantimentos, armam as tendas, acendem a fogueira. Churrasco, mĆŗsica, fotos… De manhĆ£, eles vĆ£o embora. Animais, pĆ”ssaros e insetos, que assistiram horrorizados Ć quele evento noturno, saem de seus esconderijos.

Nesse caso, os alienĆ­genas agem como nós em um piquenique. Eles passam pela terra, fazem uma pequena parada e vĆ£o embora largando seu “lixo” e suas quinquilharias para trĆ”s e nós com toda nossa “pequeneza” vamos em cima desse “lixo” como ratos fugindo do esgoto atrĆ”s de algo. De uma forma dentro do próprio livro, a humanidade Ć© como porcos, nĆ£o importa a condição mais cedo ou mais tarde vai encontrar uma lama pra se chafurdar.

Senti tambƩm que rola uma certa semelhanƧa com o filme A chegada, que mostra um pouco dessa nossa pequeneza.

Bem... Com muitas pontas soltas, de forma proposital, esse definitivamente é um livro para te fazer pensar e nesses pensamentos tentar preencher tais lacunas. Não é um livro fÔcil, nem tenta ser e apesar de curto em tamanho, se torna denso em certos níveis filosóficos.

NĆ£o achei nada sensacional, mas Ć© longe de ser ruim. Ɖ um livro interessante e eu recomendo a leitura.

Piquenique na Estrada - IrmĆ£os StrugĆ”tski 
Nota: 7/10


quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Afirmo sem sombra de dúvidas que este foi um dos melhores livros que jÔ li na minha vida. A forma em que o autor nos apresenta o cotidiano medieval é incrível. Um amigo me disse que esse era o melhor livro sobre vida medieval, ele tem toda a razão.

O livro conta a história de diversos personagens, são MUITOS, mas o personagem principal é a catedral de Kingsbridge sem dúvidas. VÔrios personagens se envolvem para que a catedral seja construída enquanto outros tantos desejam o contrÔrio, no meio disso tudo uma guerra civil se abate sob a Inglaterra do século XII e tudo isso se mistura.

NĆ£o deixe esse pequeno resumo te enganar, apesar de ser um plot aparentemente simples a obra Ć© de uma riqueza tremenda.

Os Pilares da Terra Ć© um livro completo, digo isso pois ele tem diversos elementos para agradar todos os gostos.
  • ·        Tem membros do Clero que sĆ£o uns bons filhos da puta. Gente ruim mesmo.
  • ·        Nobreza egoĆ­sta e que faz (e muita) maldade. Mesmo que para os nobres isso nĆ£o seja maldade, para eles Ć© normal, eles realmente se acham superiores e o autor consegue passar essa verdade. Sentiu raiva do Joffrey? Espere atĆ© conhecer William Hamleigh kkkk
  • ·        Como funciona uma vida monĆ”stica
  • ·        Romance interessante e bem embasado, nĆ£o Ć© a história de um mocinho e uma mocinha que se apaixonam simplesmente pq o vento bateu e o cĆ©u era azul.
  • ·        Personagens quebrados e realistas. Foi bem comum durante a leitura eu me ter raiva de alguns e alguns capĆ­tulos depois eu me pegar torcendo por eles.
  • ·        Intrigas, intrigas e mais intrigas. Seja do Rei, de nobres ou de membros da igreja. O ser humano Ć© muito bem representado aqui em todo seu egoĆ­smo.
  • ·        Tem momentos muito interessantes, alĆ” Bernard Cornwell, onde o leitor nĆ£o sabe se o que aconteceu foi bruxaria, milagre ou coincidĆŖncia. Cenas interessantĆ­ssimas.  
  • ·        Aliena Ć© uma mulher foda apesar de ter me causado ódio em alguns momentos.

Uma obra sensacional. Na verdade, acho que sensacional ainda é pouco, mas não tenho outro adjetivo melhor nesse momento.

A trama é muito bem elaborada e envolvente com cenas de ação, estrupo e assassinato. Não faltam aventuras, mistérios e claro um bom romance, a história consegue comover, empolgar e revoltar, apesar de em certos momentos ser muito detalhista prender a atenção do leitor, não faltam jogos de poder, reviravoltas e conspirações, um romance histórico inesquecível.

Acredito que arquitetos, engenheiros ou qualquer um que goste e conheça um pouco de construção civil vai ficar de boca aberta com a riqueza dessa obra. São detalhes que fazem todo o sentido para quem conhece, mas que não atrapalha quem não tem contato com essa linguagem.

Foi comum eu me pegar lendo mais 20, 30 paginas sem perceber, só pela curiosidade de saber mais sobre aqueles personagens.

Acredite, são MUITOS personagens. E todos são muito bem construídos. E advinha, nenhum deles é gratuito. Mesmo aquele que some do nada volta mais tarde fazendo parte de algo muito melhor. Poucos livros amarram tanto suas pontas quanto esse. O trabalho feito é de se admirar.

Vale uma ressalve. Algumas cenas são fortes. Nobres praticavam ações moralmente repreensíveis então se prepare para algumas. Eu particularmente achei todas sensacionais, mas ainda assim, vale o aviso.

Pontos negativos
  • NĆ£o sei se isso chega a ser um spoiler, se for pule essas linhas, mas achei bem forƧada a curva de evolução do Jack. Ele sai de um bicho do mato que nunca teve contato com nenhum ser-humano para um cara foda. Isso me incomodou um pouco.
  • Acho que umas ilustraƧƵes da catedral iam transformar absurdamente a experiĆŖncia. NĆ£o chega a ser um ponto negativo na verdade.

O tamanho assusta um pouco, eu sei. Afinal de contas, são mais de 900 pÔginas, mas não seja intimidado por tao pouco. Tamanho não é documento e aqui, no fim, duvido vc ao acabar querendo que o livro fosse maior.

Falo com tranquilidade (valeu RogerinhošŸ˜‰) que esse livro merece ser lido por todo mundo que curta saber como era a vida medieval em quase todas as esferas sociais.

Ɖ um livraƧo. Um dos melhores que li na vida. Acho que isso jĆ” fala o suficiente.

Os Pilares da Terra - Ken Follet
Nota: 10/10

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018



Meu ano começou de forma excelente, isso tenho certeza. Que livro meus amigos, que livro! Christian Jacq é uma maquina de desenvolver tramas políticas. Ele traça suas teias de forma magistral e ouso dizer que poucos conseguem prever o que vem no próximo capítulo.
Com uma escrita leve e intrigante, ele vem trazendo ponto a ponto, paragrafo a paragrafo uma surpresa nova. O livro é quase um thriller de tão emocionante, mas sem perder sua personalidade.

O livro conta a história da Princesa Ahkesa (aqui conhecida como Anchesenamon), filha do grande faraó AquenÔton e da rainha Nefertiti. Seu pai foi o responsÔvel por tentar instituir uma religião monoteísta no Egito Antigo, porém tramas e intrigas vão acontecendo de forma tao intensa que nem o próximo faraó, o futuro marido de Ahkesa, Tutancamon, vai conseguir escapar.

Ahkesa é uma protagonista FODA. Essa mulher é sensacional! Guerreira, personalidade forte, inteligente, sagaz e ousada. Não sei se ela realmente foi assim, mas o livro é tão bem escrito que pode ter sido exatamente assim e tiro meu chapéu para ela. Uma das melhores protagonistas femininas que jÔ vi.
O livro Ć© CHEIO de intrigas polĆ­ticas, SƉRIO. Eu nĆ£o esperava nada desse tipo e fiquei boquiaberto com tanta maestria em criar esse tipo de coisa. Os locais do Egito tambĆ©m muito bem colocados e a melhor coisa Ć© ver como o Sacerdócio pode ser corruptivo.
O livro Ć© repleto de surpresas tambĆ©m, cada capitulo Ć© um convite ao próximo. Ɖ difĆ­cil largar o livro por muito tempo.
Ɖ uma história contada num estilo simples, na qual o suspense Ć© ditado pela sombra permanente da traição.

O Ćŗnico ponto negativo que me recordo foi:
Algumas descriƧƵes deixaram um pouco a desejar, vĆ”rios personagens nĆ£o formaram uma ‘imagem na minha cabeƧa.

Infelizmente esse livro é pouco conhecido, quase não se acha resenhas sobre ele.

Esse foi sem duvidas um dos melhores livros que jÔ tive o prazer de ler. Tudo impressiona, desde a escrita leve até sua ambientação. JÔ entrou para o hall de autores favoritos.
O autor, que é egiptólogo, tem vÔrios livros ambientados no Egito e vÔrias séries até muito melhor classificadas. Espero reler algo dele em breve, jÔ tenho duas series compradas e na fila hehehe.

Nota: 9,5/10
A Rainha Sol - Christian Jacq


domingo, 31 de dezembro de 2017



Última resenha do ano, merecia ser a do Mestre King.

Apesar de muito fã do trabalho do King, isso não me impede de criticar algumas coisas que me incomodam nas coisas que ele produz, e esse livro é bem isso.

O livro conta a história da viúva Lisey, que mesmo tendo passado 2 anos ainda sofre com a perda do marido. Com um inicio lento mostrando o dia a dia de uma viúva com problemas na família e alternando entre presente e passado para nos apresentar Scott seu marido, o autor vai desenvolvendo a história.

Esse é um livro sobre perdas, seja de uma vida que jamais serÔ a mesma ou de superar (ou pelo menos, abafar) aquele vazio inevitÔvel que fica pela ausência de quem amamos muito um dia. O livro trata bem a relação com a morte e com o vazio que fica quando perdemos alguém muito importante para nós, mas King ainda mistura toques de fantasia com horror, dando um tempero inesperado para a história.


O livro Ć© absurdamente lento, sendo atĆ© chato grande parte das vezes. AtĆ© a metade a história nĆ£o engrena simplesmente por nĆ£o ser interessante, mas aĆ­ caro amigo, o tio King vira a chave do ‘estilo king de leitura’ e as coisas comeƧam a mudar.

Esse é um livro denso. Eu fortemente não recomendo começar por ele se você não conhece o trabalho do King a um bom tempo, é capaz de abandonar esse aqui, acredite, pois, eu mesmo quase abandonei.

Esse foi um dos raros livros do King que me gerou aquele ‘desconforto’ (para nĆ£o chamar de medo rs). Apesar da história simples, as cenas de Scott com seu pai e irmĆ£o sĆ£o para quem tem estomago, ou gosta desse tipo de coisa. King nĆ£o economizou nessas partes nĆ£o.

O livro Ć© grande demais. Poderia ser enxugado em uns 20% no mĆ­nimo.

Uma característica dos livros do King é a excelente evolução de seus personagens, aqui isso é marca forte. Mesmo não tendo sido a melhor leitura dele, no final rola aquele vazio depois de conhecer tão bem os personagens... eles são quase reais. Poderia ser um parente, uma vizinha, uma amiga, ou até você no futuro.


A sensação final desse livro é de que mais do que morte, ele fala sobre vida. A vida que fica quando alguém se vai e ao terminar o livro você até entende o porque do livro ser tão lento inicialmente, justamente porque a vida é assim e superar nunca é fÔcil.

Como diz um sĆ”bio: “Do not pity the dead. Pity the living.”

Love - Stephen King
Nota: 7/10



A maior sensação que ficou foi a de assistir a um filme trash, tipo B americano, que vocĆŖ sabe que vai ser ruim, mas assiste atĆ© o final só para ver onde vai dar? Ɖ assim, só que um pouco pior.

O livro conta a história de um adolescente, vítima de bullying que começa a ter problemas de esquizofrenia e um demÓnio se aproxima dele prometendo fornecer a ele as armas pra se vingar de todo mundo que lhe fez mal. As coisas começam a acontecer até que chamam atenção de um policial, que coincidentemente é um caçador secreto de demÓnios.

Com isso a história se desenvolve num plot fraco e cheio de clichês. Não espere nada surpreendente e nem cenas grotescas, aqui o demÓnio é boa gente.

Dizer que eu esperava mais é pouco. Depois de umas 50 pÔginas eu só queria terminar pra ver onde aquilo ia parar.

Acho que essa história funcionĆ”ria melhor como um conto…. Focando somente no protagonista e sem muita enrolação.
Infelizmente a história é cheia de clichês e mal construída e ruma uma ladeira abaixo sem freios.


Pontos Negativos:
  • Personagens absurdamente rasos e mal construĆ­dos. Durante quase todo o livro nĆ£o dĆ” para ver a função deles na história, mas no final eles atĆ© tem seus motivos (alguns pelo menos), porĆ©m ninguĆ©m Ć© bem desenvolvido aqui.
  • Protagonista fraco e sem "vida", como nĆ£o foi bem desenvolvido, vocĆŖ nĆ£o consegue se apegar nem as coisas que ele sofre, apesar da crĆ­tica que o autor tenta fazer atravĆ©s dele.
  • MudanƧas de ponto de vista do nada... de um parĆ”grafo para o outro sem nenhuma indicação. Isso Ć© pĆ©ssimo.
  • O livro ora aprece ser narrado em 1 pessoa ora em 3... sim Ć© bem confuso.
  • Diagramação malfeita texto muito perto do miolo e longe da borda.
  • Muitos erros de portuguĆŖs e/ou digitação. Vale a pena ser feita uma bela revisĆ£o.
  • A menina que nĆ£o sabe falar portuguĆŖs fica fluente de uma hora para outra.
  • ClichĆŖs…clichĆŖs e mais clichĆŖs…. Falta aquela sensação de ser surpreendido…. Ser algo original, sabe?
  • Um Van-hellsing tupiniquim sabichĆ£o que tem uma sociedade secreta de caƧar demĆ“nios, mas que sai falando pra todo mundo que Ć© cheio demĆ“nio no mundo, e ainda conta com um exĆ©rcito armado com o poder do roteiro. Na verdade, todos eles aqui tĆŖm o poder do roteiro.
  • Acho que o pior foi o “DemĆ“nio” boa praƧa que quer ajudar os sofredores de bullying. A motivação do demĆ“nio Ć© se alimentar de ódio e o que ele faz? Ajuda o mocinho…. Porra esse demĆ“nio precisa ter umas aulas de obsessĆ£o, qualquer obsessor de respeito PRODUZ mais ódio na sua vĆ­tima. Seria muito mais eficaz, ele podia fazer o mundo odiar o protagonista e se alimentar do ódio que o protagonista iria sentir das pessoas por ser cada vez mais rejeitado, mas nĆ£o…. O demoninho boa gente quer fazer o bem, ele ajuda…. Ɖ quase uma mamĆ£e. Essa parte Ć© tĆ£o mal pensada que a justificativa nĆ£o se mantĆ©m, uma vez que tinham outros personagens com muito mais motivo pra ter ódio do mundo do que o próprio protagonista. Tem hora que o demĆ“nio tem atĆ© CRISE DE CONSCIÊNCIA… SIMMMM... Ć© isso mesmo...

Ɖ sempre triste e chato criticar o trabalho dos outros, principalmente pq normalmente tem um envolvimento emocional na coisa…. quando me pedem para ler algo pra dar minha opiniĆ£o eu tento ser mais delicado, mas quando sou cliente eu quero ser bem atendido.
Nesse caso, como cliente, eu estou absurdamente arrependido, porĆ©m como pessoa eu diria ao autor pra continuar produzindo pois provavelmente ele tem futuro, mas sugiro antes de tornar o sonho em algo fĆ­sico que tente trabalhar melhor a obra antes…. Busque leitores de estilos diferentes, nĆ£o confie só em amigos, absorva as crĆ­ticas e principalmente, acredite que vocĆŖ pode ter produzido algo que nĆ£o ficou bom. NĆ£o precisa desistir, mas Ć© importante ir galgando passos, todo grande autor comeƧou por algum lugar.

Se esse livro tivesse passado por uma editoração bacana, sem dĆŗvidas o editor apontaria muitas coisas a serem mudadas ou aconselharia a transformar em algo menor…. Os erros de portuguĆŖs tambĆ©m mereciam uma boa revisĆ£o. A linguagem as vezes coloquial demais e a falta de descriƧƵes prejudicam um pouco a leitura.

E numa boa, um livro de terror trazer essa historinha de combater ódio com amor Ć© algo complicado… Contos de fadas de demĆ“nios agora?

E apesar de não ser surpresa, o final é corrido e piegas, bem filme B mesmo.

Pontos Positivos:
  • Capa dura, arte da capa muito bonita, acabamento e preƧo justo.
  • O autor foi bastante atencioso e me enviou o livro no mesmo dia e tal. (apesar de nĆ£o ter perguntado se eu queria autografo e mandado sem... bola fora)
  • Algumas cenas de mortes. SĆ£o geralmente curtas, coisa de 2 linhas, mas algumas foram interessantes.

Se vocĆŖ procura uma leitura rĆ”pida, sobre possessĆ£o, mas sem esperar muito, só para se distrair e rir um pouco (de raiva), de uma chance a esse livro…. Talvez vc aprecie mais do que eu.



Acho que ninguém sente prazer em criticar algo, principalmente alguém na posição de cliente, assim como eu, que gastou dinheiro. Eu queria muito gostar, tanto que paguei pelo livro.


Bom, Ć© isso…. Uma pena a Ćŗltima leitura do ano nĆ£o ter sido tĆ£o prazerosa, mas ano que vem tem mais.

Boas festas a todos!



InsaciƔvel - Eduardo Scavuzzo

Nota: 4/10



terƧa-feira, 26 de dezembro de 2017



Falar de um clÔssico é sempre complicado pois geralmente é um livro em que (quase) todo mundo jÔ leu. Tendo isso em mente serei bem sucinto (talvez mais do que o normal, ou não).
Gostei? Sim, até que curti sim. Não é nenhuma obra prima, mas é divertido, dificilmente livros policiais tem todo o meu amor, mas é um livro divertido, pequeno, curto e simples, sem muitas enrolações.

Confesso que peguei para ler causa do filme que iria sair e como eu ainda nĆ£o tinha lido esse fui dar uma chance a ele e li rapidinho, menos de 1 semana (eu leio devagar pra cacete), e valeu a pena tanto pelo preƧo quanto pela diversĆ£o. O Poirot Ć© um cara peculiar, mas todos os ‘grandes detetives’ sĆ£o nĆ©.

Acho que o que me desagradou mais foi a estrutura do livro em si, jÔ que se passa basicamente entrevistando os passageiros do trem e no fim é a conclusão do Poirot em poucas pÔginas terminando assim.

Indico a leitura pra quem, assim como eu, comprar baratinho e quiser saber qual a historia inspirou o filme.

Vale a pena pois diverte, mas não faz milagres.

Assassinato no Expresso do Oriente - Agatha Christie
Nota: 7,5/10

terƧa-feira, 28 de novembro de 2017


Chegamos ao 2 livro dessa trilogia. JĆ” sendo sincero e direto Ć© fato que a qualidade cai um pouco, mas nada absurdo. 
Pra quem curtiu muito o primeiro pode estranhar um pouco esse novo rumo que as coisas tomaram.

Aqui temos um Vaelin jÔ cansado de tantas guerras e lutas, desacreditado da vida por tanta coisa ruim que jÔ viu e desesperançoso. Vaelin só quer descansar mas ao chegar ao velho reino alpirano o agora rei Malcius o envia em uma missão diplomÔtica para ser o Senhor da Torre do Norte (por isso o titulo do livro). Não demora muito e as guerras começam novamente.

Sendo breve, pq to sem saco de escrever mesmo rs, o livro mantém o mesmo padrão, decaindo um pouco em qualidade, nada muito grande mas a diferença é perceptível devido a nova forma em que a história é apresentada. Ainda mais sombrio que o livro anterior, este aqui desenvolve muito mais o cenÔrio e os outros personagens, apresentando graves consequências para acontecimentos anteriores e atuais. Esse aqui mostra muito mais as tramas políticas do jogo.

Continua sendo um excelente trabalho e em breve comeƧarei a ler o ultimo livro dessa sƩrie, ansioso pelo final.

Pontos positivos:
- Vaelin mais maduro, mas apesar de não querer mais estar em guerra o tempo todo não temos aquele clÔssico herói cansado. Vaelin ainda sabe usar sua espada.
- Alguns personagens novos são muito interessantes.
- Nossa princesa tem um desenvolvimento muito interessante.
- Pra quem gosta de ação, cenas de batalha nĆ£o faltam aqui. 


Pontos negativos:
 - Toda aquela sensação de maravilhamento do livro anterior nĆ£o existe aqui, ele estĆ” bem mais denso falando mais sobre o mundo e sobre as consequĆŖncias do livro anterior, por um lado ele cai sim, mas por outro Ć© uma evolução daquele mundo.
- Esse livro tem MUITA batalha, o que achei que acabou ficando cansativo, pois era porrada em todo o lugar.
- Alguns personagens tiveram seu arco mal explorado. No livro anterior temos como personagem principal o Vaelin, aqui jÔ temos bem mais personagens, acho que isso pesou um pouco na mão do autor.

- Esse livro acaba ficando muito preso ao mesmo lugar, apesar de expandir as consequências parece que não acontece muita coisa, diferente do primeiro que temos anos e anos passando.


O Senhor da Torre - Anthony Ryan
Nota 9/10
#bookreview #anthonyryan #trilogiasombradocorvo



Devido a problemas alheios a minha vontade farei outra resenha sucinta, visando apontar pontos mais diretos.

Infelizmente apesar de ter gostado bastante no inicio do meio para o fim me decepcionou.

Eu sempre evito de falar mal de algumas coisas pois geralmente acaba gerando mais desconforto, mesmo eu estando no meu direito, por ser um cliente e tal, mas ainda assim existe todo um apego aos produtores da obra e ninguƩm gosta de ser criticado em seu trabalho. Isso eu entendo e acredito ser assim tambƩm.

O livro tem grandes influencias de obras como Jurassic Park, Alien, Vinte mil lƩguas submarinas e outras, jƔ ditas pelo autor, e isso Ʃ bem notƔvel, esse estilo enriquece e o autor consegue aproveitar isso sem copiar nada, bem bacana.

Falando um pouco da obra: O livro tem como protagonista uma mulher, que é uma agente da ABIN e por ser muito competente e boa no que faz, acaba sendo escolhida mais vezes do que deveria para missões. Ela recebe a missão de investigar uma empresa chinesa que tem parceria com o governo brasileiro, mas que devido a um acidente em uma das praias fica sobre suspeita.
Rosa então descobre que a empresa estÔ construindo um museu de seres microscópicos, que alterados geneticamente estão gigantes, e com isso toda uma trama (Jurassic Park, lembra?) é desenvolvida. Temos projetos sendo desenvolvidos, discussões filosóficas, empoderamento feminino, respeito a identidade sexual diferente, empresas se destruindo no mercado corporativo e mais.

Vamos aos pontos positivos, mais relevantes em minha opinião:

 - O livro gera algumas discussƵes filosóficas interessantes, principalmente a respeito de medicina e sobre o problema da intolerĆ¢ncia a gĆŖneros/tipos/identidades sexuais que vivemos hoje em dia. Ponto positivo!
- A escrita do autor é leve e a opção de capítulos curtos gera uma dinâmica e uma necessidade de leitura interessante... o mistério inicial vai te puxando cada vez mais para a história.
- O livro tem um belo trabalho de pesquisa em biologia, apesar de ter muita coisa técnica, não fica maçante, pelo contrÔrio, é tudo explicado de forma leve e tranquila.
- As descrições de cenas de ação e mortes são excelentes, algumas bem grotescas, isso é lindo!
- As descrições dos visuais das ilhas são bem bacanas, dÔ pra se sentir em Fernando de Noronha de verdade, pelo menos eu que só conheço por fotos.


Agora aos pontos negativos, mais relevantes:

- O suspense ia bem, mas desanda no final.
- Infelizmente aquele lance piegas do vilão contar todo o seu plano no fim antes de ser derrotado tb estÔ aqui... fica forçado... me lembra roteiro ruim dos anos 80.
- Eu geralmente não gosto de protagonistas BadAsses que sabem de tudo, e a Rosa é uma delas... ela sinceramente parece ter o poder do Roteiro em suas mãos. Ela sabe de tudo, desvenda tudo, descobre tudo, bota medo em todos e todos a obedecem... pq? Simplesmente pq sim... ponto MUITO negativo.
- Eu sou bem burro para livros de mistƩrio pois raramente acerto o assassino... acertei aqui, uma pena... o thriller realmente perde ritmo e parece que para de tentar esconder no final.
- Nenhum personagem me cativou e tinham bastante deles lĆ”.
- Um complexo multimilionĆ”rio, uma infraestrutura absurda mas uma porta ultra resistente abre com 3 porradas… triste… 
- Os Ćŗltimos capĆ­tulos caem muito, entra naquele frenesi de salvar os mocinhos e as cenas finais sĆ£o bem caĆ­das.


SPOILER >>>>>>>>> - A parte das disputas entre empresas que era o que mais tinha me chamado atenção não teve participação quase nenhuma na história, ali tinha potencial, mas não foi utilizado.


Unicelular - Tarsis Magellan
Nota: 6,5/10
 #bookreview #unicelular #literaturanacional

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

Confesso ter andado com uma baita preguiƧa e um grande bloqueio resenhƭstico, por isso enrolei tanto para colocar esse livro aqui, que jƔ terminei faz um bom tempo.

Devido a tal bloqueio serei curto e direto rs.

Se vocĆŖ conhece a franquia de jogos e The Witcher e seu picudo, fodĆ”stico, sensasionation belĆ­ssimo Wild Hunt (3Āŗ e Ćŗltimo jogo da sĆ©rie), esse primeiro livro vai ser mais bem aproveitado, pois passa claramente a sensação de serem "side-quests" feitas pelo Geralt.

Se você não conhece nada sobre a franquia pode ficar um pouco perdido, pois são usados conceitos aparentemente não apresentados, assim como criaturas nunca antes vistas, mas fiquem tranquilos, ainda existem Elfos e Trolls para os mais clÔssicos.

Acredite, isso não diminui a qualidade da leitura. Geralt é um personagem excelente, sem igual mesmo. Cativante e rabugento, o Bruxão (como é popularmente conhecido só por mim mesmo kkkk) manda bem e não foge das brigas, apesar de sempre estar tentando fugir delas.

Pra quem não sabe, esse é um livro de contos que seguem uma linha e formam uma coesão. Entre um conto e outro estão os "capítulos de ligação".

Para os fãs, o último conto é um dos melhores pois mostra como Geralt e Yennefer se conheceram.
E vou te contar ein… que feiticeira meus amigos… que feiticeira!! #momentonerdtetudo


Os elfos aqui andam meio putos com a humanidade. (e quem pode julgƔ-los nƩ)

Ɖ um livro verdadeiramente divertido, de leitura fĆ”cil e agradĆ”vel apresentando uma fantasia menos "high-fantasy" que as comuns. Quem jĆ” conhece os jogos sabe que ela puxa um pouco mais pro cru e atĆ© pro Dark algumas vezes.

Sapkowski e sua escrita sagaz

Assim que terminar os atuais pretendo finalizar a série que jÔ conta com o último volume em pré venda. Entra nesse barco aí e bora acompanhar Geralt e sua égua Plotka, acredite, vale a pena!

O Ćŗltimo desejo - Andrzej Sapkowski
Nota: 9/10
 #bookreview #martinsfontes #thewitcher #oultimodesejo #pracimadelasbruxĆ£o